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Acidentes
06/04/2015 06:29:00
Laudo preliminar de empresa liga incêndio à morte de peixes em Santos
Segundo Cetesb, estudo preliminar apontou poluição na água da região. Incêndio na região da Alemoa chegou ao 4º dia neste domingo (5).

G1/PCS

Centenas de peixes foram encontrados mortos em mangues perto da Alemoa (Foto: Robynson Senhoraes)

O incêndio que atinge a empresa Ultracargo, no bairro Alemoa, em Santos, no litoral de São Paulo, desde a quinta-feira (2), já causa impacto ambiental para o Canal do Estuário, segundo laudo da empresa, divulgado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Análises preliminares indicam que peixes da região morreram devido à poluição da água, que apresenta baixa oxigenação e temperatura elevada. A Cetesb não sabe informar quantos peixes foram mortos.

(Correção: ao ser publicada, esta reportagem errou ao informar que o laudo preliminar seria da Cetesb . Na verdade, o laudo foi feito pela empresa Ultracargo e enviado à Cetesb.

O incêndio na empresa Ultracargo começou por volta das 10h de quinta-feira (2). Seis tanques de combustível foram atingidos. Neste domingo (5), dois ainda permaneciam pegando fogo. A temperatura no local chega a 800°C. As causas do incêndio ainda são desconhecidas.

Até agora, quase cinco bilhões de litros de água do mar foram usados para combater as chamas Não há previsão para o término dos trabalhos.

Pelo menos 15 pessoas que trabalhavam no local, entre funcionários e bombeiros, precisaram de atendimento médico por inalar fumaça. Todas foram liberadas. Não houve mortos.

Contaminação da água Segundo o gerente da Cetesb na Baixada Santista, César Eduardo Padovan Valente, o combate ao incêndio alterou significativamente a qualidade da água.

Isso ocorre porque o sistema de escoamento da água usada para conter as chamas é despejado no Canal do Estuário, contaminados com combustível.

"Mais expecificamente, foram a alteração da temperatura e a saturação de oxigênio na água. Foram esses fatores que motivaram a morte dos peixes", disse.

Neste sábado (4), a secretária do Meio Ambiente, Patrícia Iglecias, alertou a população sobre a aparição de peixes mortos na região. Ela recomendou que a população não consuma os peixes.

Ainda segundo Valente, os moradores da região próxima ao incêndio não precisam se preocupar com a fumaça tóxica. “Com relação a poluição no ar, os únicos que sofreram impacto por conta da fumaça foram as pessoas que estavam próximas ao local, que, no caso, seriam os bombeiros”, explicou.

Um equipamento do Exército, capaz de medir partículas suspensas no ar, foi colocado à disposição para analisar os efeitos da poluição, disse o coordenador estadual da Defesa Civil, José Roberto Rodrigues de Oliveira.

Bombeiros continuam trabalhos em incêndio na Alemoa (Foto: Sérgio Furtado/G1)

Evacuação

O Prefeito de Santos, no litoral de São Paulo, Paulo Alexandre Barbosa, procurou tranquilizar a população da cidade com relação a uma possível evacuação da área.

Ele solicitou apoio do Governo Federal, que disponibilizará também uma plataforma marítima da Petrobras para bombear água.

"Tínhamos um caminhão da Petrobras, agora teremos mais três caminhões chegando, além de outros três equipamentos de auxilio. O monitoramento naquele momento mostrou que não precisaria desses novos recursos, mas já não é a situação de agora. O momento mudou, o que não significa um agravamento", explica.