VERSÃO DE IMPRESSÃO
Meio Ambiente
22/10/2013 09:00:00
Artigo: Analfabetismo e os números
(*) Luiz Gonzaga Bertelli é presidente Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.

(*) Luiz Gonzaga Bertelli

Os \n números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgados\n recentemente, relativos aos dados colhidos em 2012, mostram uma \n tendência de estabilidade nas taxas de analfabetismo que vinham caindo \n ano a ano. Em 2012, 8,7% das pessoas com mais de 15 anos não sabiam ler \n nem escrever, um índice superior ao registrado em 2011, que marcava \n 8,6%. O aumento de 0,1% registrado na pesquisa pode ser apenas uma \n oscilação estatística que não necessariamente demonstre um aumento real \n no analfabetismo, mas diante dos números anteriores representa, sem \n dúvida, uma forte estagnação.Apesar de a taxa de \n analfabetos ter caído pela metade nos últimos 20 anos, ainda continua \n alta, principalmente nas regiões mais carentes do Brasil. No Nordeste, \n estados como Alagoas (21,8%), Maranhão (20,8%), Piauí (18,8%) e Paraíba \n (18,6%) continuam com porcentagens altíssimas, o que demonstra ainda um \n abismo entre os “dois brasis”, se comparado a dados de estados como \n Santa Catarina (3,1%), São Paulo (3,8%), Rio de Janeiro (3,8%) e Rio \n Grande do Sul (4,3%).Colocado lado a lado com dados \n internacionais, a situação é ainda mais preocupante. Apesar de nossa \n taxa estar próximo à média da América Latina (9%), estamos bem distantes\n da vizinha Argentina (2%) e de Cuba (próxima de zero). Em países \n desenvolvidos como Estados Unidos, Japão e Itália, a taxa é menos de 1%.Apesar\n do imbróglio de números, a pesquisa demostra o que já se sabe há anos: o\n Brasil precisa investir em educação de qualidade e deve-se atentar \n também para políticas educacionais que envolvam jovens e adultos, já que\n a taxa de analfabetismo entre os maiores de 25 anos está em torno de \n 10%.O CIEE, com experiência de quase 50 anos na inserção de \n jovens no mercado de trabalho, vem ao longo de 16 anos contribuindo com o\n Programa CIEE de Alfabetização e Suplência de Jovens e Adultos. Desde \n 1997, mais de 50 mil pessoas já alcançaram o diploma, melhorando os \n índices de escolaridade e as condições de as pessoas buscarem, com mais \n qualificação e habilidades, seu lugar no mercado de trabalho.(*) \n Luiz Gonzaga Bertelli é presidente Executivo do Centro de Integração \n Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor \n da Fiesp.