\n \n nbsp;\n \n Eu\n queria fazer algo extraordinário por meu país, algo que pudesse ser eternizado,\n seguido admirado, um legado para futuras gerações. Então eu parei e pensei, eu\n já faço isso. Eu sou professora. Eu faço parte da vida de crianças que um dia\n farão do nosso país um lugar digno e admirado, não somente pelo carnaval ou\n pelo futebol. Bom, pelo futebol também. Mas, pela nobreza e garra das pessoas\n desta terra.\n \n Acredito\n que professores, especialmente, os da Educação Infantil possuem muitos ideais\n para a Educação. Sonhamos com nossas salas bem equipadas, materiais pedagógicos\n de qualidade. E esse sonho vira realidade porque investimos o nosso capital\n para fazer o melhor. Nós professores de Educação Infantil, sabemos que somos\n responsável pela primeira e mais importante etapa da Educação.\n \n Hoje\n amanheci decidida a expor meu ponto de vista, haja vista, que nossas crianças\n sozinhas não conseguirão reestruturar nossa sociedade. Então me utilizei das\n ferramentas que estavam a meu alcance. Escrevi algumas linhas no facebook do\n prefeito de nossa cidade, fiz-lhe um pedido, e a cada palavra vinha-me a mente\n a alegria de meus pequenos educandos.\n \n “Senhor\n prefeito, quero fazer-te um pedido, que alguns poderão pensar: - Nossa que\n futilidade, o povo precisando de saúde, educação, segurança pública e vem essa\n aí falar de ESPORTE. Isso mesmo prefeito, quero pedir-te que valorize,\n incentive, patrocine, INVISTA no esporte, crianças praticando esporte crescem\n mais saudáveis e felizes, consequentemente a fila dos postos diminuem. Crianças\n praticando esportes desenvolvem habilidades motoras e cognitivas,\n consequentemente conseguem aprender e destacam-se na escola. Crianças que\n praticam esportes vivem em busca de vitórias, de recordes de disciplina,\n consequentemente são pessoas dignas e devem ter a oportunidade de nos\n representar em jogos municipais, estaduais, nacionais e mundiais. Eu assisti o\n mundial de atletismo sub 17 e fiquei muito triste, em ver que um país GIGANTE\n como o nosso levou somente 32 atletas sendo que destes somente 26 recebem\n benefício do governo. Desses GUERREIROS BRASILEIROS somente um recebeu medalha\n de prata, mas todos são vitoriosos a meu ver. \n \n Prefeito\n lhe pergunto: Você se orgulharia de ver atletas da nossa cidade brilhando em\n eventos esportivos? Você gostaria de reduzir as mazelas da população? Se sua\n respostas for positivas, como tenho certeza que sim. Hoje você irá pensar em\n tudo isso, e amanhã você começará trocando a placa da Fundesporte que continua\n com o nome da gestão passada. INVISTA senhor prefeito em CENTROS DE TREINAMENTOS\n para nossas crianças elas precisam,elas tem potencial, PROMOVA competições,\n valorize nossos atletas. Faça- nos uma visita nos Ceinfs não temos QUADRAS DE\n ESPORTES, nossas crianças precisam desses espaços. A escola onde eu trabalho\n também não tem quadra de esporte. FAÇA NOSSAS CRIANÇAS FELIZES. \n \n Consequentemente\n a sociedade não sofrerá. Provérbios 22:6 diz: "Ensina a criança no caminho\n em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele." QUE\n DEUS NOS ABENÇOE”.\n \n Já\n imaginou quanta mudança ocorreria, se a educação de nossas crianças fosse\n discutida sobre esse viés? Será que poucos atletas seriam contratados com\n salários exorbitantes? Enquanto outros sem patrocínio dependem da ajuda popular\n para disputar competições. Esse é o país que nos é apresentado hoje. Gigante em\n extensão, em riquezas, em população e pequeno em condições sociais.\n \n Qual\n resposta precisamos dar a este sistema que insiste em colocar a Educação como\n redentora? Simplesmente a de que a valorização deve centrar-se primeiramente na\n criança. A meu ver, as crianças podem sim transformarnossa sociedade, mas\n dependerá de quais condições daremos a elas no presente.\n \n Estamos\n andando em círculo quando discutimos as mazelas da sociedade: Saúde, Educação,\n Segurança pública, precisamos considerar a origem dos problemas, que centra-se\n na falta de oportunidades.\n \n Os\n pais saem para trabalhar, ou às vezes somente um deles é responsável pela\n criança ou outros familiares. Algumas ficam aos cuidados de irmão mais velhos,\n lembrando que esse “mais velho” é uma criança de 8, 9, 10 anos enfim, a rua, a\n televisão ou cybers são os ambientes desses pequenos.\n \n Quando\n frequentam a escola, não sentem interesse pelo conhecimento que lhe é ofertado,\n o seu corpo requer movimento e a escola muitas vezes é lugar de disciplina.\n Quando chega a aula de Educação Física, tão esperada pela garotada ela dispõe\n de apenas 2 horas semanais. E o professor se virá dos avessos para ensinar os\n fundamentos de alguns esportes: sem bolas, sem redes, sem pistas, e sem QUADRA.\n No meu tempo, nós ainda disputávamos campeonatos municipais.\n \n A\n criança vai crescendo e vai sendo deixada de lado, esperando o tempo passar.\n Quando chega a adolescência, ele diz que não gosta de nenhum esporte, e mais\n triste ainda odeia a escola e os professores. Será que, se aos 4 anos, esta\n criança fosse inserida a um programa de esporte ela teria este mesmo\n pensamento? Acredito que não, pois o esporte ensina a disciplina, não aquela\n disciplina rígida e autoritária, mas sim a disciplina da concentração, do\n raciocínio e da observação. Fatores essenciais na formação do indivíduo. Então,\n não podemos aceitar que a qualidade e o sucesso da Educação dependem\n exclusivamente do professor, é essencial mais não é tudo.\n \n Criança\n que não prática esporte consequentemente frequenta o serviço de saúde, que por\n sinal enfrenta inúmeros problemas, dentre eles a insuficiência de pediatras.\n Resultado: postos de saúde lotados, um caos.
\n Crianças que não aprenderam nenhum esporte, que odiavam a escola e a\n abandonaram aos 12, 13, 14 anos, ficaram a mercê de crime, agora não são mais\n crianças são menores infratores, estão nas ruas usando drogas e cometendo delitos,\n estão nas Uneis sem nenhuma expectativa de recuperação. Consequente, surge\n diariamente bandidos de alta periculosidade, sistema carcerário em condições\n sub-humanas.\n \n Nossas\n crianças precisam de oportunidades hoje. Elas precisam ser nossos heróis de amanhã,\n nossos orgulhos, nossos guerreiros e fiéis representantes. Sempre que\n escutarmos nosso hino nacional e vermos nossa bandeira subindo no mastro\n teremos certeza de que fizemos nossa parte, esse é nosso legado.\n \n (*)\n Luciana Bezerra de Lima, Professora na Educação Infantil da Rede Municipal de\n Campo Grande/MS\n \n \n \n \n