Brasil
17/02/2013 07:44:27
425 mil ações que dependem do STF estão paradas em todo o país
Levantamento do próprio Supremo em 14 tribunais foi atualizado em janeiro. Na próxima quarta (20), STF analisa 2 processos com "repercussão geral".
G1/PCS
\n \n Levantamento realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) mostra que mais\n de 425 mil processos judiciais estão parados em 14 tribunais do país à espera\n de decisões da Suprema Corte.
Os dados foram atualizados em janeiro deste ano e\n fazem parte das estatísticas sobre ações que tiveram repercussão geral\n reconhecida.
Quando um tema alvo de muitos questionamentos judiciais chega ao\n Supremo, a Corte pode definir que há repercussão geral, ou seja, que a decisão\n tomada pelo plenário deve ser seguida nas instâncias inferiores. Com isso, os\n processos sobre o assunto ficam sobrestados (paralisados) até que o STF decida.\n \n Na próxima quarta-feira (20), o Supremo\n volta a analisar processos com repercussão geral e que influenciam a vida de\n milhares de brasileiros. Durante todo o segundo semestre de 2012, o tribunal\n esteve dedicado ao processo do mensalão, que terminou com 25 condenados.\n \n Estão na pauta da próxima quarta processo\n que pede a validade da revisão da aposentadoria e outro que definirá de quem é\n a competência para julgar processos sobre previdência privada.\n \n Segundo o ministro Marco Aurélio Mello, a\n definição de processos desse tipo é uma preocupação para o tribunal.\n \n "Nos preocupamos muito com isso\n porque processos versando sobre a mesma matéria nos tribunais do país estão\n sobrestados, e as partes aguardando decisão do Supremo", destacou Marco\n Aurélio.\n \n Dos 425.199 processos parados nos 14\n tribunais conforme a última atualização do Supremo, cerca de 500 se referem à\n revisão de aposentadoria.\n \n Em um recurso que será julgado, uma\n mulher pediu o direito de mudar a data de início do benefício, uma vez que isso\n aumentaria o valor de seu vencimento. Ela esperou para se aposentar com mais\n idade, em 1980, e percebeu que a aposentadoria foi menor do que se tivesse\n pedido antes, em 1979, quando já havia atingido os requisitos mínimos para\n pleitear o benefício. Ela pede ainda o direito a receber a diferença nos mais\n de 30 anos que se passaram.\n \n Ao analisar o caso, o Tribunal Regional\n Federal da 4ª Região (TRF-4) afirmou que não há previsão legal para revisar a\n aposentadoria sem que haja irregularidade na concessão. A aposentada disse que\n a decisão fere o artigo 5º da Constituição, que estabelece que "a lei não\n prejudicará o direito adquirido".\n \n O processo foi discutido pelo plenário do\n Supremo em fevereiro do ano passado, mas a decisão acabou sendo adiada por um\n pedido de vista (mais tempo para analisar o processo) do ministro Dias Toffoli.\n \n O Instituto Nacional do Seguro Social\n (INSS) argumentou que, caso o Supremo conceda o pedido, isso poderá aumentar\n ainda mais o déficit nas contas da Previdência Social.\n \n Na ocasião, a ministra relatora do\n processo, Ellen Gracie, chegou a conceder o direito da revisão, mas negou o pagamento\n retroativo. Como Ellen Gracie já votou, a ministra Rosa Weber, que entrou no\n lugar dela, não votará sobre o tema, segundo a assessoria do Supremo.\n \n Outras 9,7 mil ações paralisadas nos\n tribunais abordam a competência de tribunais sobre a previdência privada. Nesta\n semana, o Supremo pode julgar um recurso da Fundação Petrobras de Seguridade\n Social (Petros) que questiona a competência do Tribunal Superior do Trabalho\n (TST) para decidir sobre a previdência privada decorrente de contratos de\n trabalho. Para a Petros, a Constituição atribui à Justiça comum esse papel.\n \n O pedido da Petros está na pauta da corte\n e caberá ao presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, decidir se levará o\n processo a discussão.\n \n Planos econômicos
\n O maior número de processos paralisados nos 14 tribunais sobre os quais o\n Supremo tem informações se refere ao julgamento de ações que contestam os\n índices de correção monetária decorrentes dos planos econômicos Bresser, Verão,\n Collor I e II.\n \n Dos 425 mil processos parados, 226.137\n mil são referentes aos planos econômicos. Não há previsão para que as ações\n referentes ao tema sejam incluídas na pauta do plenário, mas a expectativa é de\n que isso ocorra ainda neste ano.\n \n \n
Os dados foram atualizados em janeiro deste ano e\n fazem parte das estatísticas sobre ações que tiveram repercussão geral\n reconhecida.
Quando um tema alvo de muitos questionamentos judiciais chega ao\n Supremo, a Corte pode definir que há repercussão geral, ou seja, que a decisão\n tomada pelo plenário deve ser seguida nas instâncias inferiores. Com isso, os\n processos sobre o assunto ficam sobrestados (paralisados) até que o STF decida.\n \n Na próxima quarta-feira (20), o Supremo\n volta a analisar processos com repercussão geral e que influenciam a vida de\n milhares de brasileiros. Durante todo o segundo semestre de 2012, o tribunal\n esteve dedicado ao processo do mensalão, que terminou com 25 condenados.\n \n Estão na pauta da próxima quarta processo\n que pede a validade da revisão da aposentadoria e outro que definirá de quem é\n a competência para julgar processos sobre previdência privada.\n \n Segundo o ministro Marco Aurélio Mello, a\n definição de processos desse tipo é uma preocupação para o tribunal.\n \n "Nos preocupamos muito com isso\n porque processos versando sobre a mesma matéria nos tribunais do país estão\n sobrestados, e as partes aguardando decisão do Supremo", destacou Marco\n Aurélio.\n \n Dos 425.199 processos parados nos 14\n tribunais conforme a última atualização do Supremo, cerca de 500 se referem à\n revisão de aposentadoria.\n \n Em um recurso que será julgado, uma\n mulher pediu o direito de mudar a data de início do benefício, uma vez que isso\n aumentaria o valor de seu vencimento. Ela esperou para se aposentar com mais\n idade, em 1980, e percebeu que a aposentadoria foi menor do que se tivesse\n pedido antes, em 1979, quando já havia atingido os requisitos mínimos para\n pleitear o benefício. Ela pede ainda o direito a receber a diferença nos mais\n de 30 anos que se passaram.\n \n Ao analisar o caso, o Tribunal Regional\n Federal da 4ª Região (TRF-4) afirmou que não há previsão legal para revisar a\n aposentadoria sem que haja irregularidade na concessão. A aposentada disse que\n a decisão fere o artigo 5º da Constituição, que estabelece que "a lei não\n prejudicará o direito adquirido".\n \n O processo foi discutido pelo plenário do\n Supremo em fevereiro do ano passado, mas a decisão acabou sendo adiada por um\n pedido de vista (mais tempo para analisar o processo) do ministro Dias Toffoli.\n \n O Instituto Nacional do Seguro Social\n (INSS) argumentou que, caso o Supremo conceda o pedido, isso poderá aumentar\n ainda mais o déficit nas contas da Previdência Social.\n \n Na ocasião, a ministra relatora do\n processo, Ellen Gracie, chegou a conceder o direito da revisão, mas negou o pagamento\n retroativo. Como Ellen Gracie já votou, a ministra Rosa Weber, que entrou no\n lugar dela, não votará sobre o tema, segundo a assessoria do Supremo.\n \n Outras 9,7 mil ações paralisadas nos\n tribunais abordam a competência de tribunais sobre a previdência privada. Nesta\n semana, o Supremo pode julgar um recurso da Fundação Petrobras de Seguridade\n Social (Petros) que questiona a competência do Tribunal Superior do Trabalho\n (TST) para decidir sobre a previdência privada decorrente de contratos de\n trabalho. Para a Petros, a Constituição atribui à Justiça comum esse papel.\n \n O pedido da Petros está na pauta da corte\n e caberá ao presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, decidir se levará o\n processo a discussão.\n \n Planos econômicos
\n O maior número de processos paralisados nos 14 tribunais sobre os quais o\n Supremo tem informações se refere ao julgamento de ações que contestam os\n índices de correção monetária decorrentes dos planos econômicos Bresser, Verão,\n Collor I e II.\n \n Dos 425 mil processos parados, 226.137\n mil são referentes aos planos econômicos. Não há previsão para que as ações\n referentes ao tema sejam incluídas na pauta do plenário, mas a expectativa é de\n que isso ocorra ainda neste ano.\n \n \n