\n \n Representantes dos policiais federais declararam nesta\n segunda-feira posição contrária à proposta de emenda constitucional (PEC) 37,\n que retira poderes de investigação do Ministério Público. "Nossa posição é\n de repúdio à emenda e parceria com o Ministério Público", declarou o\n presidente do Sindicato dos Policiais Federais (Sindipol) no Distrito Federal,\n Flávio Werneck, durante entrevista coletiva.\n \n A declaração aflorou o racha na instituição, já que os delegados\n da Polícia Federal apoiam a emenda constitucional. O presidente da Federação\n Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Jones Borges Leal, relatou que a\n função do delegado é cada vez mais "dispensável".\n \n "Eles estão brigando por uma coisa que não fazem. Quem investiga\n é o agente, o escrivão, o papiloscopista. Os delegados só pegam o relatório,\n copiam e colam, e encaminham ao Ministério Público" disse Leal. "Se\n nós hoje tirarmos esse cargo, nada mudaria na segurança pública. Os policiais\n investigariam da mesma forma e encaminhariam ao MP, talvez com mais rapidez e\n agilidade", afirmou.\n \n Leal relatou que uma enquete com os cerca de 15 mil sindicalizados\n revelou que 99% dos agentes policiais reprova a emenda constitucional. Para os\n representantes dos agentes policiais, os delegados federais apoiam a emenda\n constitucional num "pleito corporativista". "A PEC não agrega\n vantagem à investigação. Eles (os delegados) querem mais poder e equiparação\n salarial pela Constituição Federal", disse Werneck.\n \n O presidente do Sindipol acrescentou que o afastamento dos\n procuradores das investigações agravaria os índices de efetividade do trabalho.\n "Temos índices pífios de responsabilização criminal no Brasil, apenas\n 9%", disse Werneck, citando dados do Ministério da Justiça. "Isso\n significa que, se eu cometer um crime, tenho 91% de chance de não pagar por\n isso", concluiu. Segundo eles, nos Estados Unidos e na Colômbia esse\n índice é de 60% e, na Inglaterra, 90%.\n \n O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República\n (ANPR), Alexandre Camanho afirmou que este é o momento adequado para o\n Congresso mostrar que está em sintonia com a sociedade e rejeitar a emenda.\n "O povo já fez o funeral da PEC 37, agora a gente quer da Câmara a\n certidão de óbito", disse Camanho.\n \n \n \n \n