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Brasil
12/01/2013 09:32:46
Alerta de racionamento vai preocupar em 2014
Entretanto, contrariando o otimismo apresentado pelo ministro, especialistas alertam para o problema a longo prazo.

eBand/PCS

\n \n O\n ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta semana que haverá\n energia suficiente para garantir o fornecimento no país em 2013 e que o\n desconto de 20% na conta de luz começará a ser aplicado ainda em fevereiro\n deste ano. Entretanto, contrariando o otimismo apresentado pelo ministro,\n especialistas alertam para o problema a longo prazo.nbsp;
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\n Segundo o engenheiro eletricista e professor da Unesp (Universidade Estadual de\n São Paulo) de Bauru, Luiz Porto, o baixo nível de água nas usinas hidrelétricas\n pode acarretar em consequências para 2014 - ano em que o Brasil recebe a Copa\n do Mundo. "Este ano é possível que os recursos não diminuam. Mas e no ano\n que vem? Se não houver uma atenção especial ao assunto, a problema cairá nas\n mãos da população", afirma.nbsp;
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\n As usinas hidrelétricas do Brasil iniciaram o ano com os níveis bem abaixo do\n normal. No primeiro dia do ano, a de Itumbiara, na região Sudeste, registrava\n apenas 10,21% de sua capacidade, segundo dados do ONS (Operador Nacional do\n Sistema Elétrico). Esta é, até agora, a usina com pior nível de água do país.\n Segundo último balanço do órgão, divulgado nesta sexta-feira (11), apenas 9,45%\n do reservatório estava cheio.nbsp;
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\n Porto explica que o período de chuvas começou no final de 2012 e deve seguir\n até abril. Porém, revela que não dá para prever e confiar que a natureza\n contribua para a geração de energia para os próximos anos. “Temos que armazenar\n água para o ano que vem, não podemos contar com a sorte.”
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\n Alternativas
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\n Com a redução dos níveis de água nas usinas hidrelétricas, a solução encontrada\n pelo governo para garantir a luz na casa dos brasileiros foi utilizar a energia\n vinda das termelétricas. nbsp;Os custos desta alternativa não são\n baixos.nbsp;
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\n “Não dá nem para comparar o valor da energia vinda da água com a que precisa do\n gás natural”, diz Porto.nbsp;
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\n Nesta semana, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio\n Zimmermann afirmou que o custo mais alto, porém, não vai afetar o desconto\n previsto para fevereiro.nbsp;
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\n Questão política
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\n De acordo com Paulo Ribeiro, cientista-político da Unesp em Marília, “há um\n problema que pode caminhar para um racionamento, embora o governo reitere que\n não”. E isso, segundo o especialista, traz um incômodo político.
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\n “É preciso que o cronograma seja cumprido do ponto de vista técnico este ano\n para que este problema, aliado a outros – como um baixo crescimento econômico –\n não cause graves problemas políticos ao governo em ano de eleição [2014]”,\n explica.nbsp;
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\n Aldo Fornazieri, diretor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São\n Paulo, entretanto, discorda de Ribeiro. Para ele, é importante crer na\n temporada de chuvas. “Não existe possibilidade de racionamento. Existe um\n alerta, apenas”, diz o especialista que acredita que o governo tem sido\n realista. nbsp;“Há uma crítica politizada e não um problema, de fato”,\n completa.nbsp;
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\n Segundo o especialista, a presidente Dilma Rousseff não agiria sem\n responsabilidade com a questão energética. “Vamos entrar em ano eleitoral, de\n Copa do Mundo. Não acredito que o governo vai perder o controle neste momento”,\n finaliza.nbsp;\n \n \n \n \n