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Brasil
10/07/2013 09:00:00
Censo vai traçar diagnóstico das condições de trabalho dos médicos
O objetivo do Censo Médico 2013 é esclarecer questões como concentração destes profissionais em certas regiões brasileiras e também em determinadas especialidades.

Terra/AB

\n \n A\n Associação Médica Brasileira (AMB) anunciou hoje (10) a realização de um censo\n para traçar um panorama sobre a situação de trabalho dos cerca de 400 mil\n médicos do País. Os profissionais vão responder, pela internet, até o dia 31 de\n agosto, a um questionário com 50 perguntas. O objetivo do Censo Médico 2013 é\n esclarecer questões como concentração destes profissionais em certas regiões\n brasileiras e também em determinadas especialidades.\n \n Segundo\n o presidente da AMB, Florentino Cardoso, os resultados do censo sairão no fim\n deste ano. Cardoso destacou, porém, que os dados não chegarão a interferir nas\n decisões do governo relativas ao Programa Mais Médicos, já que não haveria\n tempo hábil, pois a medida provisória (MP) tem validade de 60 dias, podendo ser\n prorrogada por mais 60. A\n associação, no entanto, entrará com medidas judiciais contra a MP, que, para\n Florentino Cardoso, tem pontos inconstitucionais.\n \n Para\n o presidente da AMB, o problema da saúde brasileira não se resume à falta de médicos.\n Ele citou como exemplo um dado que vem sendo divulgado pelo governo federal\n para justificar a criação do Programa Mais Médicos, de que o Brasil tem 1,9\n médicos por mil habitantes, enquanto outros países, como a Inglaterra, a\n Argentina e a Itália têm mais de três.\n \n Florentino\n ressaltou que cidades como o Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória e Brasília\n chegam a ter mais de quatro médicos por mil habitantes e, mesmo assim, o\n atendimento continua precário. "O governo enviesa números para a população\n achar que, quanto mais médicos, mais bem assistida ela será, o que não\n verdade."\n \n Ele\n criticou também a contratação de médicos estrangeiros, sobretudo cubanos,\n afirmando que, apesar de Cuba ser um dos países com maior densidade de médicos,\n mais de 6 por mil habitantes, a saúde do país não é um paraíso. "Nós não\n conhecemos medicina de ponta, de vanguarda, desenvolvida na ilha dos irmãos\n Castro. Nós lemos os periódicos de maior impacto no mundo e não tem artigos da\n medicina cubana de maneira expressiva."\n \n Na\n opinião de Florentino, no Brasil, o problema da concentração de médicos nos\n polos mais desenvolvidos está mais ligado a condições de trabalho e à falta de\n acesso à atualização profissional. Segundo ele, estudos indicam que o que mais\n atrai o médico brasileiro para os grandes centros, em primeiro lugar, é a\n necessidade de manter-se atualizado. "Porque a medicina evolui muito\n rápido. Se você joga (o médico) numa cidade dessas (afastadas), cinco anos\n depois ele só saberá a metade de seu conhecimento atual."\n \n A\n segunda razão de atração dos médicos para as cidades mais desenvolvidas são as\n melhores condição de trabalho. Florentino citou casos de profissionais que se\n recusaram a receber salários maiores para trabalhar em localidades afastadas\n por discordar da falta de estrutura nos centros médicos. De acordo com ele,\n determinadas especialidades sequer existem nesses lugares.\n \n \n \n \n