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Brasil
30/12/2015 13:39:00
Chuva intensa antecipa recuperação e Cantareira sai do volume morto

G1/LD

Depois de mais de 19 meses de dependência do volume morto para abastecimento da população na Região Metropolitana de São Paulo, o Sistema Cantareira conseguiu recuperar, nesta quarta-feira (30), a quantidade de água que havia sido usada da reserva técnica desde maio de 2014. Com isso, o manancial mais afetado do estado paulista na crise hídrica voltou a operar somente com o seu volume útil.

Especialistas ouvidos pelo G1, no entanto, alertam que o Cantareira ainda segue em crise porque não se recuperou totalmente. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) também afirmou que não descarta voltar a usar a reserva técnica no próximo período seco, com a chegada do inverno.

O fim da dependência da reserva técnica ocorreu antes do previsto pela Sabesp. A expectativa era de uso até o fim do verão, com probabilidade de 98% de o Cantareira sair do volume morto até abril.

A chuva acima da média nos últimos meses acelerou o processo e as represas acumularam mais água por causa da precipitação intensa e entrada de água no manancial.

Até o momento, dezembro registrou 258,2 mm de chuva. O esperado para o mês eram 219,4 mm. Mesmo assim, a Sabesp afirmou que a crise ainda não acabou nos reservatórios do estado operados pela companhia na Grande São Paulo, já que o sistema ainda vive uma "restrição hídrica", segundo a assessoria de imprensa da empresa.

Segundo boletim divulgado pela Sabesp, o nível de água do sistema chegou a 29,3%, índice que considera o volume acumulado em relação ao volume útil. Após uma ação do Ministério Público, aceita pela Justiça, a Sabesp passou a divulgar outros dois índices do Cantareira.

O segundo índice leva em consideração a conta do volume armazenado pelo volume total de água do Cantareira e era de22,6%.

O terceiro índice leva em consideração o volume armazenado menos o volume da reserva técnica pelo volume útil e estava zerado na manhã desta quarta-feira.

O Cantareira chegou a atender 9 milhões de pessoas só na Região Metropolitana de São Paulo, mas hoje abastece 5,4 milhões por causa da crise hídrica que atingiu o estado em 2014. Os sistemas Guarapiranga e o Alto Tietê absorveram parte dos clientes, para aliviar a sobrecarga do Cantareira durante o período de estiagem.