Brasil
26/06/2013 09:00:00
Consumo de drogas psicoativas aumentou mais de 50% entre 2009 e 2012
Na América Latina, o uso das novas substâncias psicoativas, substâncias manipuladas recentemente ou já existentes mas consumidas de forma diferenciada, ainda é menor que na América do Norte e na Europa.
Agência Brasil/AB
\n \n Enquanto o consumo de drogas ilícitas se mantém estável em todo o\n mundo, o uso de novas substâncias psicoativas aumentou mais de 50% entre os\n anos de 2009 e 2012, informa relatório mundial sobre drogas divulgado hoje (26)\n pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). \n \n Na América Latina, o uso das novas substâncias psicoativas,\n substâncias manipuladas recentemente ou já existentes mas consumidas de forma\n diferenciada, ainda é menor que na América do Norte e na Europa. \n \n O Brasil registrou o surgimento de três tipos dessas substâncias\n em seu mercado, informa o relatório. O documento acrescenta que o consumo no\n Brasil de substâncias à base de plantas, metanfetaminas, medicamentos com\n propriedades analgésicas e anestésicas, tomadas em doses elevadas, tem efeito\n alucinógeno. \n \n O representante do Unodc, Rafael Franzini, alertou que essas\n substâncias psicoativas surgem com grande velocidade e são vistas por muitos\n como pouco prejudiciais. Essas novas substâncias psicoativas são consumidas de\n forma pura ou preparadas e representam ameaça à saúde pública. Diz-se que o\n consumo dessas substâncias é seguro, mas a realidade é muito diferente, disse.\n \n \n O coordenador-geral de Repressão a Drogas da Polícia Federal,\n Cézar Luiz Busto, disse que a Polícia Federal tem identificado novas\n substâncias psicoativas antes mesmo de sua chegada ao Brasil por meio da troca\n informações com polícias da Europa, o que permite uma melhor prevenção à\n entrada no país. Segundo ele, essas substâncias têm sido incluídas na lista de\n elemento de entrada proibida. \n \n Enquanto o uso da cocaína diminuiu ou se manteve estável em muitos\n países sul-americanos, no Brasil houve aumento, segundo o relatório da Unodc. O\n país também foi apontado no texto como ponto de trânsito para remessa de\n cocaína a países da África e Europa em decorrência das fronteiras com grandes\n produtores de cocaína com Peru, Bolívia e Colômbia. \n \n O titular da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas\n (Senad), do Ministério da Justiça, Vitori Maximiano, explicou que o crescimento\n do consumo de cocaína é motivado pelo crack e lembrou que o governo brasileiro\n tem um programa, o Crack É Possível Vencer, para buscar combater o problema.\n "Temos realizado políticas consistentes em parceria com estados,\n municípios e sociedade civil para combater esses índices negativos do uso da\n cocaína. E temos ações estratégicas na área de segurança que deverão produzir\n os resultados que desejamos. \n \n Cézar Luiz relatou que o Brasil tem acordos de cooperação com os\n países citados, mais o Paraguai, para investigação e combate ao tráfico de\n cocaína que já resultou na apreensão de traficantes. Somente com ações\n integradas e confiança entre governos e instituições policiais é possível\n avançar no combate à oferta de drogas, considerou. \n \n No caso da maconha, o número de casos de apreensão da droga no\n Brasil foi praticamente o mesmo em 2010 e 2011 com 885 e 878 casos,\n respectivamente. A quantidade, no entanto, cresceu, passando de 155 toneladas\n em 2010 para 174 toneladas em 2011.