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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou 135,9 bilhões de reais para projetos de investimento em 2015, um recuo nominal (sem descontar a inflação) de 28% em relação ao ano anterior, quando os desembolsos atingiram 187,8 bilhões de reais. O volume é o menor desde 1996, primeiro ano com dados disponíveis.
O volume de aprovações e consultas também encolheu no período, informou a instituição em nota. No ano passado, foram aprovados 109,5 bilhões de reais em financiamentos, e as consultas atingiram 124,6 bilhões de reais. Em ambos os casos, o tombo foi de 47% em termos nominais, segundo o BNDES.
"O desempenho acompanha a desaceleração da demanda por novos investimentos e foi influenciado pela política de ajuste fiscal implementada pelo governo federal, o que implicou em duas mudanças: Condições mais restritivas nos programas equalizados e fim da política de empréstimos do Tesouro Nacional ao BNDES", justificou o banco.
O setor de infraestrutura recebeu a maior parte dos desembolsos do BNDES em 2015. Foram 54,9 bilhões de reais, ou 40,4% do total, segundo a instituição. O volume foi 20% menor do que em 2014, sem descontar a inflação no período. As aprovações para o setor, por sua vez, totalizaram 41 bilhões de reais no ano passado, recuo nominal de 49% em comparação com 2014, segundo o banco.
Nesse segmento, o banco destacou os desembolsos para projetos de energia elétrica (21,9 bilhões de reais, alta de 15%) e de logística de transporte (cerca de 20 bilhões de reais, alta de 8%). Na área de energia, o destaque ficou com os projetos eólicos, que receberam 6,1 bilhões de reais, expansão de 85%. Já na área de logística, os projetos de mobilidade urbana atingiram 8,5 bilhões de reais, 30% acima dos 6 bilhões de reais desembolsados em 2014.
O setor industrial recebeu o segundo maior volume de desembolsos do banco em 2015, atrás apenas de infraestrutura. Segundo a instituição, 36,9 bilhões de reais foram liberados para a indústria, 27,1% do total. Esse volume representa uma retração de 26% em relação ao ano anterior, sem descontar a inflação no período.