Correio do Estado/LD
O Brasil registrou 341,1 mil divórcios em 2014, ante 130,5 mil registros em 2004, o que corresponde a um salto de 161,4% em dez anos. Os dados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que houve uma mudança substancial no perfil dos casais ao longo dos anos.
A Lei do Divórcio chegou ao País em 26 dezembro de 1977. Poucos anos depois, em 1984, foram contabilizados 30,8 mil divórcios. Em 1994, foram registradas 94,1 mil casos, representando um acréscimo de 205,1% em relação a 1984. Em 2004, com 130,5 mil casos, o aumento foi de 38,7%. Na comparação entre 1984 e 2004, no entanto, o crescimento é de 1.007%.
Na avaliação da Dra. Regina Beatriz Tavares da Silva a elevação sucessiva do número de divórcios concedidos revela “uma gradual mudança de comportamento da sociedade brasileira que passou a aceitá-lo com maior naturalidade e acessar os serviços de Justiça de modo a formalizar as dissoluções dos casamentos, principalmente desde 2010 quando uma Emenda Constitucional facilitou todo esse procedimento”.
A especialista e presidente da ADFAS, Associação de Direito de Família e Sucessões, explica que há uma maior propensão aos grandes romances, que resultaram em divórcios. “Hoje, há uma enorme diferença entre namoro, união estável e casamento que muitos não entendem. É preciso que saibamos distinguir um namoro entre pessoas que não moram juntas e não formam uma família, das relações estáveis que se constroem por meio do tempo e não realizam uma celebração formal, assim evita-se as confusões com os direitos e deveres”, conclui.