CG News/AB
Desde as primeiras horas da madrugada desta sexta-feira (10), o que antes era só teoria foi colocado em prática com o primeiro caso suspeito de paciente contaminado pelo vírus ebola. Apesar de o caso ter sido notificado em Cascavel, interior do Paraná e mais de 600 quilômetros de distância de Campo Grande, a situação aumenta o alerta vivido em Mato Grosso do Sul e a SES (Secretaria Estadual de Saúde) classifica a situação como “apreensiva”.
O secretário de Saúde de Mato Grosso do Sul, Antônio Lastória, afirma que todos os Estados estão em alerta desde que a epidemia começou a se intensificar na África e se tornou preocupação do Ministério da Saúde. No entanto, com o primeiro caso suspeito no país, as preocupações são ainda mais frequentes.
“Nós continuamos as ações que já estamos desenvolvendo e estamos apreensivos, nosso objetivo é seguir o protocolo do Ministério da Saúde e agora que a doença pode ter chegado ao Brasil, torcemos para que não chegue em Mato Grosso do Sul”, explica.
Uma vez por semana, reuniões por meio de teleconferências são feitas entre os 27 estados coordenada pelo Ministério da Saúde para avaliação de todo o aparato necessário para combater infecções pelo vírus. Lastória ressalta que a maior preocupação é o transporte do paciente.
“Nos preocupamos com o manejo porque é aí que podem haver novas contaminações e casos da doença”, completa. Caso algum caso suspeito seja diagnosticado em qualquer cidade de Mato Grosso do Sul, as ações feitas pelas secretarias municipais e Estadual serão semelhantes às desenvolvidas por Cascavel e o Paraná.
“Se houve alguma suspeita, o paciente é isolada e a secretaria municipal deve avisar a secretaria Estadual, depois disso, uma aeronave da aeronáutica é mobilizada para o transporte do paciente até o Rio de Janeiro, cidade referência para os casos”, diz.
Além de Campo Grande, Bela Vista, Bonito, Corumbá, Dourados, Mundo Novo, Ponta Porã, Porto Murtinho e Três Lagoas serão as cidades onde há hospitais referência para o atendimento dos casos. Os equipamentos de isolamento estão na sede da SES e já começaram a ser retirados pelas cidades.
Um dos agravantes de Mato Grosso do Sul em relação a outros Estados é a extensa fronteira com outros países. A gerente de vigilância em saúde da Prefeitura de Ponta Porã, Marina Marques Derzi, afirma que o contato com a vigilância do Paraguai é intensa.
“Eles estão preocupados com a suspeita do Paraná e estão tomando precauções em relação a forma de atendimento deles. Falei com a enfermeira de Pedro Juan hoje e ela descartou qualquer tipo de suspeita lá, inclusive, de que tenham africanos por lá. Mas eles estão em alerta”, diz a gerente que ressalta ainda as capacitações feitas em Campo Grande há dois meses sobre o vírus.
Como prevenir e sintomas - O ebola é transmitido pelo contato direto com o sangue, fluidos corporais e tecidos de animais ou pessoas infectadas. Entre os sintomas da doença estão febre, dor de cabeça, garganta inflamada, dor nas articulações e fraqueza. A incubação do vírus pode levar até 21 dias.
Não há uma maneira de se prevenir a não ser evitar o contato com pessoas infectadas. Por isso, em casos suspeitos, o uso de materiais de isolamento são essenciais.