Brasil
31/03/2013 11:47:29
Gastos para produzir discursos de Dilma na televisão crescem 37%
Formato dos pronunciamentos mudou pouco, mas despesas do governo aumentaram nos últimos meses
Folha de São Paulo
O cenário é sempre o mesmo: o Palácio do Alvorada desfocado ao fundo, \n enquanto a câmera passeia lentamente sobre trilhos e dá movimento à \n imagem, sem tirar do primeiro plano a mesma personagem, sentada.
O \n formato dos pronunciamentos de Dilma Rousseff na TV pouco mudou, mas os \n gastos para produzir os anúncios veiculados em rede nacional tiveram uma\n disparada nos últimos quatro meses.
Desde que foi eleita, Dilma já \n convocou emissoras de rádio e televisão para a transmissão de 12 \n pronunciamentos, que custaram aos cofres públicos um total de R$ 855 \n mil, em valores corrigidos.
O salto no valor pago -já descontando a \n inflação- foi de 37% entre o primeiro pronunciamento, quando Dilma \n apresentou o novo slogan do governo, em fevereiro de 2011, e o último, \n em março, no qual anunciou a desoneração da cesta básica.
Os valores \n pagos incluem despesas com produção, gravação e edição dos vídeos. Em \n 2011, os quatro primeiros anúncios tiveram um custo unitário de produção\n de até R$ 66 mil. Já do final de 2012 até o começo de 2013, os três \n pronunciamentos feitos superaram os R$ 90 mil cada.
Sem reajuste
\n A Presidência da República justifica o aumento dizendo que os \n preços não eram reajustados havia quatro anos.
"Em dezembro de 2012 \n houve uma atualização de valores na produção dos pronunciamentos, uma \n vez que os preços praticados remontavam ao ano de 2008." Se mantiver o \n preço atual, o governo pode contabilizar em maio, com o tradicional \n pronunciamento do Dia do Trabalho, gastos de cerca de R$ 1 milhão com os\n anúncios de Dilma em rede nacional.
O governo federal não paga para \n veicular os vídeos em rádio e televisão -somente os custos com a \n produção. Um decreto presidencial de 1979 prevê que as emissoras possam \n ser convocadas para divulgar gratuitamente assuntos de relevância.
Agências
\n Três agências de publicidade -Leo Burnett, Propeg e Nova S/B- \n que venceram licitação e têm contratos com a Presidência da República \n disputam entre si a confecção de cada pronunciamento.
A Propeg fez 10 \n dos 12 pronunciamentos de Dilma -muitos deles supervisionados por João \n Santana, o marqueteiro da campanha petista de 2010. Ele também foi \n responsável pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à \n reeleição, em 2006.
Apesar de exigir das agências gastos discriminados e\n cotação de preços no mercado, o governo não informou à reportagem \n quanto foi pago, por exemplo, a diretores, cinegrafistas, editores, \n maquiadores e cabeleireiros.
Tudo está embutido no preço total do \n pronunciamento, uma vez que as agências de publicidade selecionadas para\n prestar o serviço têm liberdade de subcontratar profissionais de cada \n área. "As agências são remuneradas pelos serviços por ela intermediados e\n supervisionados", afirma a Presidência.
O valor pago pelos \n pronunciamentos é abatido do contrato total das empresas com o governo \n federal. No mercado do marketing político, o custo superior a R$ 90 mil é\n considerado alto, mesmo utilizando equipamentos de ponta e contratando \n os melhores profissionais de texto, arte, luz e direção de cena.\n \n \n \n \n \n \n
O \n formato dos pronunciamentos de Dilma Rousseff na TV pouco mudou, mas os \n gastos para produzir os anúncios veiculados em rede nacional tiveram uma\n disparada nos últimos quatro meses.
Desde que foi eleita, Dilma já \n convocou emissoras de rádio e televisão para a transmissão de 12 \n pronunciamentos, que custaram aos cofres públicos um total de R$ 855 \n mil, em valores corrigidos.
O salto no valor pago -já descontando a \n inflação- foi de 37% entre o primeiro pronunciamento, quando Dilma \n apresentou o novo slogan do governo, em fevereiro de 2011, e o último, \n em março, no qual anunciou a desoneração da cesta básica.
Os valores \n pagos incluem despesas com produção, gravação e edição dos vídeos. Em \n 2011, os quatro primeiros anúncios tiveram um custo unitário de produção\n de até R$ 66 mil. Já do final de 2012 até o começo de 2013, os três \n pronunciamentos feitos superaram os R$ 90 mil cada.
Sem reajuste
\n A Presidência da República justifica o aumento dizendo que os \n preços não eram reajustados havia quatro anos.
"Em dezembro de 2012 \n houve uma atualização de valores na produção dos pronunciamentos, uma \n vez que os preços praticados remontavam ao ano de 2008." Se mantiver o \n preço atual, o governo pode contabilizar em maio, com o tradicional \n pronunciamento do Dia do Trabalho, gastos de cerca de R$ 1 milhão com os\n anúncios de Dilma em rede nacional.
O governo federal não paga para \n veicular os vídeos em rádio e televisão -somente os custos com a \n produção. Um decreto presidencial de 1979 prevê que as emissoras possam \n ser convocadas para divulgar gratuitamente assuntos de relevância.
Agências
\n Três agências de publicidade -Leo Burnett, Propeg e Nova S/B- \n que venceram licitação e têm contratos com a Presidência da República \n disputam entre si a confecção de cada pronunciamento.
A Propeg fez 10 \n dos 12 pronunciamentos de Dilma -muitos deles supervisionados por João \n Santana, o marqueteiro da campanha petista de 2010. Ele também foi \n responsável pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à \n reeleição, em 2006.
Apesar de exigir das agências gastos discriminados e\n cotação de preços no mercado, o governo não informou à reportagem \n quanto foi pago, por exemplo, a diretores, cinegrafistas, editores, \n maquiadores e cabeleireiros.
Tudo está embutido no preço total do \n pronunciamento, uma vez que as agências de publicidade selecionadas para\n prestar o serviço têm liberdade de subcontratar profissionais de cada \n área. "As agências são remuneradas pelos serviços por ela intermediados e\n supervisionados", afirma a Presidência.
O valor pago pelos \n pronunciamentos é abatido do contrato total das empresas com o governo \n federal. No mercado do marketing político, o custo superior a R$ 90 mil é\n considerado alto, mesmo utilizando equipamentos de ponta e contratando \n os melhores profissionais de texto, arte, luz e direção de cena.\n \n \n \n \n \n \n