Veja/PCS
O governo federal, 17 Estados e o Distrito Federal gastaram menos com ações de vigilância epidemiológica, como campanhas de prevenção e combate a vetores, em 2015 em relação a 2014.
É o que mostra um levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo publicado na edição desta terça-feira. Além da crise econômica que derrubou as receitas, o ano passado ficou marcado por uma explosão de casos de dengue e pelo avanço do zika vírus.
Os investimentos federais tiveram uma queda de 9,2% em valores corrigidos e efetivamente pagos pelo Ministério da Saúde. Em 2015, os desembolsos foram de 4,6 bilhões de reais em comparação com 5,2 bilhões de reais em 2014.
As ações de vigilância epidemiológica abrangem repasses a Estados e municípios, campanhas de prevenção de doenças e combate a potenciais vetores, como o mosquito Aedes aegypt, que transmite dengue, zika e chikungunya. Integram esse grupo ainda atividades para controle de doenças como dengue, malária, tuberculose, hepatite e Aids.
O Distrito Federal foi o que teve mais corte nos repasses, com diminuição de 85% nas verbas para vigilância. Em seguida, aparece Santa Catarina e o Maranhão, com queda de 79% e 78%, respectivamente. Em Pernambuco, que apresentou o maior número de casos de microcefalia, os investimentos foram reduzidos em 28%.
Diretor da Sociedade de Dengue e Arboviroses, o infectologista Kleber Luz afirmou ao jornal que a redução da vigilância pode ser responsável pelo aumento da incidência de casos de dengue, zika e chikungunya. "Se tem inflação e o recurso diminui, a consequência pode ser isso que estamos vendo, com três epidemias".
Os Estados afirmaram que a diminuição de gastos com a área se deve ao contingenciamento orçamentário e à redução dos repasses federais.