O\n Brasil deve assistir ao primeiro grande protesto nacional contra a Copa\n do Mundo neste sábado, 25. Manifestações estão sendo articuladas em 32 \n cidades, espalhadas por todos os estados. Os eventos têm adesão grande, \n pelo menos na internet, e devem contar com a presença de "blacks blocs".\n \n Ano passado, durante a Copa das Confederações, mais de 800 mil \n pessoas foram às ruas, segundo a Sesge (Secretaria Extraordinária de \n Segurança de Grandes Eventos). O povo protestou contra o uso de dinheiro\n público na organização do torneio da Fifa e pediu a destinação desses \n recursos para saúde, educação e moradia. \n Na página de um dos eventos, o texto afirma que os gastos com \n organização do torneio aumentaram 285% em relação ao primeiro orçamento \n previsto e que a quantidade investida pelo poder público é maior do que o\n gasto dois últimos mundiais, na Alemanha, em 2006, e na África do Sul, \n em 2010. \n O manifesto lembra que o Brasil investe menos em educação, saúde e\n cultura do que os países vizinhos e alerta para casos de violência e a \n prostituição infantil durante a Copa do Mundo. "O intuito dos protestos \n contra a Copa 2014 é lutar pelos interesses do povo e de qualquer pessoa\n que deseje um país mais justo e menos desigual", afirma o texto. \n Em São Paulo, 23 mil pessoas confirmaram presença em um evento do\n Facebook chamado "Primeiro grande ato em 2014 contra Copa". A \n organização espalhou faixas, pichações e lambe-lambes pela cidade \n chamando a população para a concentração do protesto, no vão livre do \n Masp às 17h deste sábado. \n A partir das 0h, um grupo de cinco a dez manifestantes montou \n barracas de acampamento no vão livre do Masp. Eles não disseram por \n quanto tempo pretendem ficar no local. Até o início da madrugada, a PM \n não havia interferido na ocupação. \n A manifestação deve ter o apoio de movimentos sociais e de \n moradias e organizações como o Periferia Ativa e Fórum Popular de Saúde,\n segundo um dos organizadores do evento do Facebook, que pediu para não \n ser identificado. É esperada a presença de integrantes do MPL (Movimento\n Passe Livre). \n O MPL esteve no centro da organização dos protestos de junho de \n 2013, que culminaram com o cancelamento do aumento da tarifa do \n transporte público em diversas cidades. Os black blocs também apareceram\n durante as marchas, destacando-se por acreditar no uso da violência \n como estratégia política nas manifestações. \n No Rio de Janeiro, mais de 4,5 mil pessoas manifestaram a \n intenção de ir ao protesto, que terá concentração em frente ao \n Copacabana Palace. Eventos no Facebook de cidades como Brasília, Vitória\n e Belo Horizonte têm 10 mil participantes confirmados. \n Na quarta-feira, antes da inauguração da Arena das Dunas, em \n Natal, um grupo formado por cerca de 400 pessoas fez um protesto na \n entrada do estádio. Não houve incidentes, segundo a Polícia Militar. \n A ocorrência de manifestações de rua durante a Copa é uma das \n preocupações da Fifa com a organização da Copa no Brasil. Os dirigentes \n da entidade temem que as manifestações possam afastar os turistas dos \n jogos e arranhar a imagem do torneio no resto do mundo.