G1/PCS
No Amazonas, 2.337.294 eleitores devem ir às urnas na eleição suplementar neste domingo (6). O eleitorado vota para escolher, entre nove candidatos, o novo governador do Amazonas. Um eventual segundo turno está previsto para 27 de agosto.
A eleição foi determinada no Amazonas após a cassação dos mandatos do ex-governador, José Melo, e do vice, Henrique Oliveira, por compra de votos nas eleições de 2014. O presidente da Assembleia Legislativa do estado, Davi Almeida, do PSD, assumiu o governo interinamente. O pleito chegou a ser suspenso por determinação do ministro Ricardo Levandowski em 28 de junho.
Concorrem ao cargo os candidatos Amazonino Mendes (PDT), Eduardo Braga (PMDB), Jardel (PPL), José Ricardo (PT), Liliane Araújo (PPS), Luiz Castro (Rede), Marcelo Serafim (PSB), Rebecca Garcia (PP) e Wilker Barreto (PHS).
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski determinou, porém, que quem vencer a eleição não poderá ser diplomado até que os recursos do governador cassado e do vice dele, também cassado, sejam julgados.
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), o Amazonas possui 61 zonas no interior e 13 na capital. São 7,262 seções eleitorais distribuídas em 1,508 locais de votação no estado.
Do total de eleitor, 1.274.399 milhão está na capital Manaus. O número representa um aumento de 2,5%, no comparativo com o pleito de 2014, quando havia 1.243.844 eleitores na capital.
Na capital, o Centro Universitário Nilton Lins, que fica situado no bairro Flores, na Zona Centro-Sul, é a escola com o maior número de votantes, com 11.584. No interior, Manacapuru, na Região Metropolitana, é o maior colégio eleitoral.
Serão utilizadas mais de 7 mil urnas eletrônicas, destas 3.500 foram destinadas para Manaus. As seções eleitorais, locais onde ficam instaladas as urnas eletrônicas, estarão abertas das 8h às 17h.
Na eleição direta, 1.533.848 dos eleitores votarão pelo sistema biométrico em Manaus. E, 804.189 sem biometria. Esse método de votação será válido apenas para Manaus e para nove cidades da Região Metropolitana da capital.
Urnas reservas
De acordo com o chefe da seção de urnas eletrônicas do Tribunal Regional Eleitoral, Edrei Fabrício, há 20% em cima da quantidade total, de urnas reservas. Ele afirmou que as equipes estão preparadas para trocar com rapidez equipamentos que eventualmente apresentem problema antes do início do pleito.
“Na hora da instalação, na sexta-feira (4), nós fizemos um procedimento de ligar e desligar as urnas. Hoje, já é possível fazer substituição, se for necessário, antes e durante a eleição das urnas. Acontecendo algum problema, a gente faz esta substituição, com urna de contingência. Cada zona eleitoral já tem a sua urna e técnico para trocar”, assegurou Fabrício.
Segurança
Em todo o Amazonas, 35 mil pessoas deverão atuar durante o pleito deste domingo (6). De acordo com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), o desembargador Yedo Simões, são mesários, forças de segurança federais e estaduais, Corpo de Bombeiros, servidores do tribunal, além do gabinete de gestão integrada.
Além dos homens da Polícia Militar do Amazonas, a segurança contará com o apoio de militares das Forças Armadas. Os homens também atuaram no apoio logístico de envio de equipamentos para localidades distantes
Ao todo, 23 municípios terão tropas militares para auxiliar na segurança durante a votação nas seções eleitorais. De acordo com o presidente do TRE, os municípios escolhidos, são aqueles onde foram registrados incidentes no pleito que ocorreu no ano de 2016.
“Nós tivemos na eleição de 2016, alguns pontos críticos. Em cima deles, nosso planejamento elegeu estes municípios e eles tiveram prioridade para que sejam ocupados pelas forças federais. A Marinha, por exemplo, vai ficar em Itacoatiara com 200 homens”, disse o desembargador.
Contudo, ele acredita que a eleição deve transcorrer sem grandes contratempos nessas localidades.
As tropas Federais, segundo o Ministério da Defesa, vão atuar nos municípios: Autazes, Amaturá, Atalaia do Norte, Barcelos, Benjamin Constant, Boca do Acre, Coarí, Fonte Boa, Humaitá, Itacoatiara, Lábrea, Manacapuru, Manaus, Manicoré, Maués, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Santa Isabel do Rio Negro, Santo Antônio do Içá, São Gabriel da Cachoeira, São Paulo de Olivença, Tabatinga e Tefé.
Transporte coletivo
O sistema de transporte coletivo urbano irá operar com frota de dia útil para atender os eleitores em deslocamento aos locais de votação no 1º turno das eleições suplementares. Na capital, não haverá gratuidade na tarifa.
De acordo com a Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), haverá o monitoramento eletrônico via GPS dos ônibus feito no Centro de Controle Operacional (CCO) da SMTU, além de fiscais de transporte nas garagens das empresas, terminais de integração e finais de linhas para acompanhar o cumprimento da frota.
Lei Seca
A legislação eleitoral, assinada no dia 2 de agosto, determinou a proibição de bebida alcoólica a partir das 2h do domingo, em todo o Amazonas.
A determinação sobre a Lei Seca consta na Portaria 585/2017, assinada pelo presidente do TRE, Yedo Simões, e pelo secretário de Segurança Pública, Sérgio Fontes.
O documento aponta a necessidade da proibição de consumo de bebidas alcoólicas em bares, restaurantes, supermercados, mercearias e estabelecimentos similares, bem como em locais públicos, a fim de que evitar o comprometimento da boa ordem dos trabalhos eleitorais.
Cassação de governador
O TSE decidiu no início de maio deste ano, por 5 votos a 2, manter a cassação do governador de Amazonas, José Melo (PROS), e do vice, Henrique Oliveira (SD), por compra de votos nas eleições de 2014.
A cassação já havia sido determinada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas. A decisão do TSE negou um recurso movido pela defesa do governador, que contestava a primeira instância.
A maioria dos ministros entendeu que houve compra de votos por uma assessora de confiança do governador, Nair Blair, flagrada dentro do comitê de campanha, com R$ 7.700, além de recibos e planilha que mostravam a destinação de dinheiro para eleitores.
A ação de cassação do governado e do vice foi proposta pela coligação adversária "Renovação e Experiência", que tinha como candidato o atual senador Eduardo Braga (PMDB), derrotado no segundo turno.