VERSÃO DE IMPRESSÃO
Brasil
03/09/2013 11:14:30
Mais de 90% dos médicos cubanos vão para o Norte e Nordeste
A previsão é de que eles comecem a trabalhar no dia 28 de outubro.

Terra/AB

\n \n A maioria dos 400 médicos cubanos que desembarcaram no Brasil no\n fim do mês passado vai trabalhar nas regiões Norte e Nordeste, informou nesta\n terça-feira o Ministério da Saúde. Juntas, as regiões receberão 91% dos\n profissionais contratados para atender no programa Mais Médicos. Nessa primeira\n fase, 364 cubanos atenderão em unidades básicas de saúde de 187 localidades. Os\n outros 36 irão para áreas carentes em 26 cidades do Sudeste e seis do Sul. A\n previsão é de que eles comecem a trabalhar no dia 28 de outubro. \n \n De acordo com o governo, este grupo atende a 29,4% dos 701\n municípios que não foram selecionados por nenhum médico ao longo do seleção\n individual, que deu prioridade a brasileiros com diplomas do Brasil e a\n brasileiros formados no exterior antes de convocar estrangeiros de países como\n Espanha, Argentina e Portugal. Até o fim do ano, outros 3.600 médicos cubanos\n chegam ao Brasil para ocupar outros postos remanescentes. \n \n O Ministério da Saúde utilizou o IDH (Índice de Desenvolvimento\n Humano) para fazer a distribuição dos profissionais. Entre os 701 municípios\n que serão atendidos pelos cubanos, 13 têm índice muito baixo de desenvolvimento\n e 133 têm desempenho baixo. Ja nas 51 localidades de IDH médio e nas nove de\n desempenho alto, os médicos atenderão em áreas pobres. \n \n A maioria dos municípios que será atendida pelos cubanos está no\n Piauí. São 121 cidades que não foram escolhidas por médicos brasileiros ou\n outros estrangeiros na primeira seleção do Mais Médicos. A Bahia vem em\n seguida, com 108 municípios, e o Maranhão está em terceiro lugar, com 90\n cidades. \n \n Segundo dados do governo, 42% dos médicos cubanos já estiveram em\n pelo menos dois países dentre os mais de 50 com que Cuba estabeleceu acordo para\n oferta desse tipo de profissional. Todos eles têm especialização em medicina da\n família e 84% têm mais de 16 anos de experiência. \n \n Preconceito \n \n A vinda dos cubanos foi alvo de protestos de associações\n classistas ligadas aos médicos. A Fenam (Federação Nacional de Medicina), a\n Associação Médica Brasileira (AMB) e o CFM (Conselho Federal de Medicina)\n criticaram duramente a contratação dos estrangeiros e entraram com ações no\n Supremo Tribunal Federal (STF) questionando o programa Mais Médicos. A chegada\n dos cubanos também foi marcada por confusão e agressões, principalmente em\n Fortaleza, quando profissionais brasileiros os receberam no aeroporto aos\n gritos de “escravos”. \n \n O governo criticou o preconceito contra a presença dos médicos\n cubanos no Brasil. Em entrevista para rádios de Minas Gerais, a presidente\n Dilma Rousseff ressaltou que há também médicos de outros países, além de Cuba.\n A ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, afirmou\n que a reação evidencia que ainda existe racismo e que ainda se questiona o\n lugar que os negros ocupam na sociedade. \n \n Nas redes sociais, muitos internautas apoiaram os programas Mais\n Médicos e se desculparam pela revolta de alguns profissionais da saúde que\n chamaram os médicos de “escravo”. Em um dos textos mais compartilhados estava o\n pedido de desculpa pelas manifestações dos médicos nos aeroportos do Brasil.\n “Médicos cubanos, obrigado pela ajuda e desculpe-nos. Estamos com problema de\n educação também”, dizia um cartaz. \n \n Um dos pontos de forte debate é o salário que o governo pagará\n para os médicos cubanos. Segundo o governo federal, o acordo com a OPAS\n (Organização Pan Americana de Saúde) é que os profissionais recebam de R$ 2.500 a R$ 4.000 por mês,\n ou seja, até 40 % da bolsa formação de R$ 10 mil dada aos médicos brasileiros. \n \n \n \n \n