Folha/PCS
Com risco de uma "terceira onda" de febre amarela, a OMS (Organização Mundial de Saúde) decidiu reforçar as recomendações de vacina a estrangeiros que viajam ao Brasil.
A decisão foi publicada nesta semana em comunicado que busca informar os países sobre surtos que ocorrem em diferentes partes do mundo.
Para a organização, os casos da doença em humanos notificados de julho de 2018 a janeiro de 2019 no estado de São Paulo, bem como o registro de casos humanos e epizootias (morte de macacos) no Paraná marcam o início do que poderia ser uma "terceira onda" da doença no país.
As duas "ondas" anteriores ocorreram entre os anos de 2016 e 2017 e entre 2017 e 2018.
O informativo também aponta risco de progressão do surto em direção às regiões Sudeste e Sul. "Embora seja cedo para determinar se este ano terá os altos números de casos em humanos observados nos dois últimos grandes picos sazonais, há indicações de que a transmissão do vírus continua a se propagar em direção ao sul e em áreas com baixa cobertura vacinal", diz o informativo.
Ao todo, desde dezembro de 2018, foram confirmados 36 casos de febre amarela em 11 cidades do país, com oito mortes.
Do total de cidades, nove ficam no estado de São Paulo. O maior número de casos ocorreu em El Dorado, com 16 confirmações. Também houve casos em Iporanga (7), Cananeia (3), Cajati (2), Jacupiranga (1), Pariquera-Açu (1), Sete Barras (1), Vargem (1) e Serra Negra (1).
Outros três casos ocorreram nas cidades de Antonina e Adrianópolis, no Paraná, estado que desde 2015 não tinha casos confirmados de febre amarela.
Segundo a OMS, a recomendação vale para estrangeiros que planejam viajar para áreas consideradas de risco para a circulação do vírus - onde também já é indicada a vacinação no Brasil.
Os estados são os mesmos desde a última recomendação feita pela entidade: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Tocantins, Santa Catarina e São Paulo.
A vacina deve ser dada dez dias antes da viagem. Estrangeiros também devem levar consigo os certificados internacionais de vacinação.
Aqueles que estão nos grupos de contraindicações para a vacina contra a febre amarela (caso de crianças abaixo de nove meses, mulheres grávidas ou amamentando, pessoas com hipersensibilidade grave à proteína do ovo e imunodeficiência grave, por exemplo) ou com mais de 60 anos devem consultar seu profissional de saúde para avaliação cuidadosa de risco-benefício, informa a organização.
Apenas uma dose da vacina é suficiente para garantir imunidade e proteção ao longo da vida.