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Brasil
21/06/2024 08:53:00
Pelo 4º ano, MS-306 é líder no ranking de rodovias estaduais mais perigosas

CGN/LD

No top cinco de rodovias estaduais mais perigosas de Mato Grosso do Sul, a MS-306 se mantém em primeiro lugar pelo quarto ano consecutivo. Somadas, as rodovias analisadas serviram de cenário para 622 acidentes em 2023, sendo esse o número mais expressivo desde 2019. Neste ano, até 18 de junho foram registradas 284 ocorrências.

Obtido pela reportagem, o balanço realizado pela BPMRV (Batalhão de Polícia Militar Rodoviária) entre 2019 e 2024 mostra quais das 145 rodovias do Estado aparecem com frequência no mapa de acidentes. Embora tenha ocorrido registros em toda a rede rodoviária do Estado, a equipe de estatística priorizou somente cinco na pesquisa.

No período analisado, a MS-306 aparece em todos os anos, mas em posições diferentes. Em 2019, por exemplo, ela ficou em 3º lugar com 34 acidentes, em 2020 em 2º lugar com 36 e em 2021 a 2024 passou para a 1º posição. Nesses anos, por ordem cronológica, foram 75, 63, 54 e 33 acidentes.

Sob concessão da empresa Way-306, do grupo Way Brasil, a rodovia em questão se desenvolve desde a divida de Mato Grosso do Sul com o estado de Goiás. Com 219,5 quilômetros de extensão, ela corta os municípios de Costa Rica, Chapadão do Sul e Cassilândia, que estão ao nordeste do Estado.

Além da MS-306, outras duas não saíram do ranking das mais violentas, trocando somente a posição. É o caso da MS-164 que conecta Ponta Porã ao distritos de Vista Alegre, Canicorã e a cidade de Maracaju. Em 2019 e 2021, ela ficou em 4º lugar com 34 e 31 acidentes, 3º lugar em 2020 com 31 acidentes, 2º lugar em 2022 e 2023 com 27 e 41 acidentes. Em 2024, até agora, ela está em 5º lugar somando 11 acidentes

Responsável por ligar os municípios de Dourados, Itaporã, Amambai e Caarapó, a MS-156 fechou 2019 no 2º lugar com 38, em 2020 levou o 1º lugar com 36 acidentes, 2021 cravou o 5º lugar com 21 acidentes. Já em 2022, ela subiu para o 2º lugar com 29 acidentes e em 2023 voltou para a última posição com 21 acidentes. Neste ano, ela está em 4º lugar com 14 acidentes.

Nas estatísticas, a MS-162 que interliga Sidrolândia, Dois Irmãos do Buriti, Maracaju e Dourados é uma que desde 2020 ‘bate ponto’ no ranking. Em 2021, a MS-040 que de Campo Grande passa por Santa Rita do Pardo e termina em Brasilândia foi outra que entrou e não saiu mais, ficando em terceiro lugar com exceção de 2022 quando foi superada pela MS-164.

Total de acidentes -Ao todo, as rodovias estaduais contabilizam 3.283 mil acidentes de 2019 a 2024, sendo que 590 dessas ocorrências envolviam vítimas fatais. Ao todo, 687 pessoas morreram e 3.586 foram resgatadas com algum tipo de lesão.

Nos dados chama atenção o fato que nos dois primeiros anos de pandemia (2020 e 2021) os casos superaram os de 2019, que fechou 570 ante 596 e 594 dos respectivos anos. O pico de mortes, que ainda não foi superado, também foi em 2020 com 143 óbitos. Trazendo para o presente, até 18 de junho de 2024, MS soma 53 óbitos.

Capitão da BPMRV, Kleber de Souza Oliveira explica que o aumento de casos ocorre em razão de dois fatores. “No geral há essa crescente de acidentes por conta do fluxo de veículos que está aumentando no Mato Grosso Sul. São novas rotas de escoamento, áreas que não tinham ligação ao rodoviário passaram a ter, áreas que não eram pavimentadas também passaram a ter pavimentação. Isso aumenta o fluxo de veículos e também o registro de acidentes”, afirma.

Entre as 145 rodovias estaduais, o capitão da BPMRV comenta que as mais violentas estão constantemente no foco da Polícia Militar Rodoviária. “A gente foca sempre nas que têm mais acidentes até para priorizar o policiamento”, fala.