UOL/PCS
Em meio a polêmicas envolvendo a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Justiça, os dois processos em que o petista é réu na Justiça Federal no Paraná dentro da Operação Lava Jato chegam a momentos importantes.
A partir desta segunda-feira (12), o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, ouve testemunhas de defesa na ação em que Lula é réu por participação em um esquema envolvendo oito contratos entre a empreiteira Odebrecht e a Petrobras, que geraram desvios de cerca de R$ 75 milhões.
Parte do dinheiro, cerca de R$ 12,4 milhões, teria sido usada para comprar um terreno, que seria usado para a construção de uma sede do Instituto Lula. A denúncia diz ainda que o dinheiro de propina também foi usado para comprar um apartamento vizinho à cobertura onde mora o ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP).
Neste processo, além de Lula, outras sete pessoas são rés. Entre elas, está o ex-ministro Antônio Palocci (PT) e o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht.
De acordo com a agenda de depoimentos --que, no momento, vai até 12 de julho--, apenas o ex-presidente é responsável por quase sete em cada dez testemunhas exclusivamente de defesa --algumas arroladas pela acusação também foram designadas pelas defesas de réus. Até agora, estão marcados 119 depoimentos a pedido exclusivamente dos acusados. Desses, 80 são do ex-presidente, sendo apenas quatro deles solicitados junto com outros réus.
Esses números, porém, podem mudar. Nos últimos dias, as defesas de Palocci e Paulo Ricardo Baqueiro de Melo, ex-executivo da Odebrecht, desistiram da oitiva de algumas das testemunhas que solicitaram.
Mas esta etapa em que a Justiça passa ouvir as testemunhas de defesa tem relação com uma das recentes polêmicas envolvendo a defesa de Lula e Moro.