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Brasil
16/11/2022 08:50:00
Procuradoria pede afastamento de diretor-geral da PRF e condenação por improbidade

Reuters/PCS

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro propôs uma ação de improbidade administrativa contra o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, e pede seu afastamento do cargo por 90 dias.

Para a Procuradoria, Vasques praticou atos dolosos à administração pública ao usar a instituição policial e o cargo público para fazer campanha eleitoral em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputava a reeleição no pleito de outubro mas foi derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo o MPF, houve uso indevido do cargo, com desvio de finalidade, “bem como de símbolos e imagem da instituição policial com o objetivo de favorecer um dos candidatos nas eleições presidenciais”.

Procurada pela Reuters, a PRF não atendeu a pedido de comentários.

A ação foi proposta pelo procurador da República Eduardo Benones.

O MPF no Rio de Janeiro cita que o diretor-geral da PRF desde o começo da campanha fez postagens em redes sociais com mensagens de cunho eleitoral e, no dia 29 de outubro de 2022, véspera do segundo turno das eleições, pediu voto para o candidato Bolsonaro.

Para o MPF, os atos já seriam extremamente graves se tivessem se restringido ao âmbito interno da Polícia Rodoviária Federal, em vista dos poderes administrativos e hierárquicos exercidos pelo diretor-geral.

“Não é possível dissociar que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE”, diz o MPF.

A votação de segundo turno foi marcada por operações da PRF, que realizou a abordagem de centenas de transportes públicos para eleitores no domingo mesmo após a proibição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia anterior.

Em meio a protestos de apoiadores de Bolsonaro em rodovias do país que se seguiram à derrota do presidente nas eleições, a PRF foi criticada por demorar a desobstruir as vias, mesmo após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ter determinado a liberação imediata das estradas.