Brasil
04/09/2013 06:24:28
Suspeito de mutilar pacientes é aprovado para atuar pelo Mais Médicos
Carlos Mansilla responde a pelo menos 20 inquéritos policiais em Manaus, onde é acusado de causar lesões corporais em pacientes
Terra/PCS
Carlos Mansilla responde a pelo menos 20 inquéritos policiais em Manaus, onde é acusado de causar lesões corporais em pacientes (Foto: DM)
Alvo de 20 inquéritos\n policiais em Manaus (AM), onde tinha uma clínica particular de cirurgia\n plástica, o médico e ex-deputado federal Carlos Jorge Cury Mansilla está\n designado para atuar no município de Águas Lindas de Goiás, a 193 quilômetros\n de Goiânia, no entorno do Distrito Federal.\n \n Segundo o delegado Mariolino Brito, da 1ª\n Delegacia de Manaus, as denúncias contra Mansilla dizem respeito a\n procedimentos cirúrgicos realizados entre 2009 e 2012. As queixas partiram de\n mulheres que não se sentiram satisfeitas com o resultado de cirurgias\n plásticas. "Eram principalmente operações de seios, abdômen, glúteos,\n cirurgias para embelezamento. Elas reclamam que não ficou do jeito que elas\n haviam imaginado, e muitas delas apresentam sequelas e lesões\n permanentes", relata o delegado.\n \n As investigações levaram, em julho deste\n ano, à suspensão por seis meses do registro de Mansilla junto ao Conselho\n Regional de Medicina do Estado do Amazonas (Cremam). Segundo decisão do\n conselho, datada do dianbsp;16 de julho, foi detectada "prova inequívoca\n de procedimento danoso realizado pelo médico, com fundado receio de dano\n irreparável ou de difícil reparação, caso o profissional continue a exercer a\n Medicina".\n \n Segundo o presidente do Cremam, Jefferson\n Jezini, o conselho coletou 18 queixas de pacientes de Jorge Cury Mansilla entre\n agosto de 2012 e fevereiro de 2013, em que ficaram constatados indícios de\n erros cometidos pelo médico. "Nós abrimos procedimento de sindicância.\n Nossa câmara técnica periciou todas as mulheres que supostamente foram\n mutiladas por ele, e, ao longo desse procedimentos, nós observamos que o médico\n efetuou procedimentos não normatizados pelos nossos protocolos da norma culta,\n científica da Medicina brasileira", afirmou Jezini.\n \n De acordo com Jezini, Mansilla e seu\n advogado foram comunicados da decisão no dia 1º de agosto deste ano. "Ele\n deveria ter devolvido a carteira profissional em 24 horas, e não fez isso até\n hoje, o que configura má fé do profissional", acusa o presidente do\n Cremam, que acrescenta que o médico não estava habilitado a fazer cirurgias\n plásticas, já que não fez residência.\n \n Mesmo com o registro suspenso, Mansilla\n conseguiu inscrever-se no programa Mais Médicos graças a um segundo registro\n profissional, junto ao Conselho Regional de Rondônia (Cremero), que permanece\n válido. Segundo o Ministério da Saúde, o profissional usou o número do registro\n em Rondônia para fazer a inscrição e, como não havia qualquer pendência em\n relação a sua documentação, foi aprovado para atuar no interior de Goiás.\n \n "Ele entrou no Mais Médicos porque o (registro no) CRM (Conselho Regional de Medicina)\n dele está ativo, apesar dessa suspeita. Já no dia de hoje, buscamos notificar o\n CRM para saber o procedimento que está sendo feito e ver como lidar com o caso\n desse profissional", afirmou nesta terça-feira o ministro da Saúde,\n Alexandre Padilha\n \n A pasta ainda alega que confia apenas no\n aval do Conselho Federal de Medicina (CFM) para verificar se os profissionais\n registrados no Brasil e inscritos no programa estão aptos a atuar, e que não\n constava qualquer informação quanto às denúncias contra Mansilla. Porém, diante\n da gravidade das denúncias, o ministério enviou nesta terça-feira uma\n notificação ao CFM, para que o órgão emita um parecer definindo a situação do\n médico.\n \n \n