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Brasil
12/08/2014 09:00:00
TJ-RJ decide que manifestantes vão responder em liberdade
Uma audiência no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) definiu, nesta terça-feira (12), que 21 dos 23 manifestantes suspeitos de praticarem atos violentos em protestos no Rio vão responder às acusações em liberdade.

G1/AB

Uma audiência no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) definiu,\n nesta terça-feira (12), que 21 dos 23 manifestantes suspeitos de praticarem\n atos violentos em protestos no Rio vão responder às acusações em liberdade. A decisão\n foi tomada pelos desembargadores Siro Darlan, Márcia Bodart e Maria Angélica\n Guedes. Caio Silva de Souza e Fábio Raposo não irão responder em liberdade\n porque foram presos por outro crime, a morte do cinegrafista da Bandeirantes,\n Santiago Andrade.\n \n \n \n A decisão da Justiça foi tomada em resposta a denúncia do Ministério Público\n do Rio (MP-RJ). De acordo com a denúncia do MP, divulgada em julho deste ano,\n os ativistas cometeram crimes de associação criminosa, com pena maior por\n participação de menores, dano qualificado, resistência, lesões corporais, posse\n de artefatos explosivos e corrupção de menores.
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\n Os manifestantes Igor DIcarahy, Camila Jourdan e Elisa Quadros, a Sininho,\n foram presos enbsp; saíram do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu,\n Zona Oeste do Rio, na noite do dia 24 de julho deste ano. Os demais\n manifestantes não chegaram a ser presos e foram considerados foragidos.
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\n Confusão na soltura
\n A saída de três manifestantes do Complexo Penitenciário de Gericinó, no início\n da noite do dia 24 de julho, foi marcada por confusão. Igor DIcarahy, Camila\n Jourdan e Elisa Quadros, a Sininho, foram colocados em liberdade por volta de\n 18h10, quase 24 horas após pedido de habeas corpus do grupo ser acolhido pelo\n desembargador Siro Darlan. O tumulto entre fotógrafos e outros manifestantes,\n que foram até Bangu acompanhar a saída do trio do presídio, começou quando os\n profissionais se aproximaram dos carros utilizados por Igor, Camila e Elisa. Ao\n tentar fazer as imagens, fotógrafos foram agredidos com socos e empurrões.\n \n Após o tumulto, um cinegrafista que acompanhava a saída dos presos ficou com\n cortes na boca e a roupa rasgada, constatou no local. Um fotógrafo do jornal\n "O Dia", segundo a publicação, teve o equipamento quebrado.\n \n Antes, no entanto, o clima era tranquilo. Por volta de 16h, parentes já\n comemoravam a chegada de um oficial de justiça que trazia o documento de\n liberação. Eles só se mostravam indignados com o atraso para a soltura. Marino\n DIcarahy, pai de Igor e advogado de alguns dos manifestantes, não se\n conformava.\n \n "Para uma pessoa que está presa com razão, um minuto na cadeia é uma\n tortura. Um minuto a mais para quem está preso sem ter que estar [preso] é um\n terror. Estas pessoas não eram para ter ficado presas sequer um minuto",\n disse DIcarahy depois de percorrer o Tribunal de Justiça, o fórum de Bangu e o\n Complexo Penitenciário.\n \n Especialista em direito penal, o professor Leonardo Pantaleão fez coro às\n críticas de DIcarahy. "Temos mecanismos que permitem a comunicação quase\n imediata. É o tempo de encaminhar um e-mail. Além disso, é um risco enorme para\n o poder público manter presa uma pessoa que já tem uma ordem de liberdade. A\n cada momento que permanecem lá, é risco grande para a unidade prisional. Se,\n por uma fatalidade, acontece alguma coisa após a ciência da soltura, a\n responsabilidade do estado é evidente", disse Pantaleão.\n \n O inquérito que investiga a participação de um grupo de manifestantes em\n atos violentos nas manifestações no Rio foi entregue no dia 18 ao Ministério\n Público Estadual. Na data, a polícia pediu a prisão preventiva para 23 pessoas.\n \n O inquérito que investiga a participação de um grupo de manifestantes em\n atos violentos nas manifestações no Rio foi entregue no dia 18 ao Ministério\n Público Estadual. Na data, a polícia pediu a prisão preventiva para 23 pessoas.
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\n Especialista em direito penal, o professor Leonardo Pantaleão fez coro às\n críticas de DIcarahy. "Temos mecanismos que permitem a comunicação quase\n imediata. É o tempo de encaminhar um e-mail. Além disso, é um risco enorme para\n o poder público manter presa uma pessoa que já tem uma ordem de liberdade. A\n cada momento que permanecem lá, é risco grande para a unidade prisional. Se,\n por uma fatalidade, acontece alguma coisa após a ciência da soltura, a\n responsabilidade do estado é evidente", disse Pantaleão.\n \n O inquérito que investiga a participação de um grupo de manifestantes em\n atos violentos nas manifestações no Rio foi entregue no dia 18 ao Ministério\n Público Estadual. Na data, a polícia pediu a prisão preventiva para 23 pessoas.