G1/LD
O Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo confirmou que o tremor sentido por funcionários do fórum e da Câmara de Vereadores de Londrina, no norte do Paraná, na tarde de quinta-feira (21), foi um terremoto de 1,8 de intensidade. Desde 14 de dezembro de 2015, quando começaram os tremores, esse já é o 11° registro de abalo sísmico feito pela USP.
Um dia depois de ser evacuado às pressas após um estrondo, o fórum reabriu normalmente nesta sexta-feira (22).
“Foi feita uma vistoria do fórum, e o relatório deve ser entregue ainda nesta sexta-feira. O relatório terá uma análise completa da estrutura do prédio. Porém, as equipes já me adiantaram que o prédio não oferece risco”, diz o diretor do fórum Luiz Valério.
Há pouco mais de uma semana, o Centro de Sismologia da USP registrou oito abalos sísmicos que ocorreram entre 10 e 12 de janeiro. As intensidades dos tremores variaram entre 1,1 e 1,7. Nos dias 14 de dezembro de 2015 e 1° de janeiro de 2016 também foram confirmados dois terremotos.
Depois de mais um tremor de terra, os moradores do bairro Jardim Califórnia, na zona leste, estão ainda mais preocupados. No fim da tarde de quinta-feira, um grupo de moradores fez um protesto para pedir agilidade na resolução do problema.
“Isso que está acontecendo não é uma lenda, não é uma fábula. Alguma coisa está acontecendo embaixo da terra. Queremos saber se é problema na Sanepar, se é um lixão desativado que está causando isso ou se é uma civilização que está embaixo fazendo barulho”, argumenta a moradora Mariza Dantas.
No início de janeiro, quatro sismógrafos foram instalados na região para verificar a ocorrência de tremores de terra e tentar identificar as causas desses tremores.
O professor de geofísica da Universidade Estadual de Londrina (UEL) João Paulo Pinese, um dos responsáveis pelos estudos dos tremores na cidade, acredita que esses abalos estão ocorrendo em rochas que ficam no subsolo.
Conforme Pinese, essas rochas devem estar se acomodando, e por isso ocorrem os tremores. No entanto, o pesquisador não descarta que os tremores estejam ocorrendo devido a ações realizadas pelo homem.
“No primeiro momento, as análises das ondas mostraram uma característica natural, as ondas percorriam as rochas basálticas que ficam no subsolo de Londrina. Mas, não descartamos a interferência humana”, explica o professor José Paulo Pinese.
Os moradores afirmam que o problema começou assim que obras de uma adutora da Sanepar foi concluída. A Sanepar alega que a adutora não tem relação com os tremores.
A Prefeitura de Londrina informou que o relatório completo dos dados captados pelos sismógrafos deve ser entregue na segunda-feira (25).