G1/PCS
O Corpo de Bombeiros inicia neste domingo (6) o 6º dia de buscas por cinco pessoas que permanecem desaparecidas no desabamento do prédio Wilton Paes de Almeida, no Centro de São Paulo. Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo, os profissionais tentam chegar ao 8º andar, onde há a possibilidade de localizar pontos onde estariam possíveis vítimas.
Durante a madrugada, 37 homens e três equipes com máquinas trabalharam ininterruptamente. Há a previsão de que as buscas continuem por mais 2 semanas, segundo os bombeiros.
Um dos desaparecidos já foi encontrado e, na sexta-feira (4), a Polícia Civil confirmou que o corpo é de Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, que caiu quando era resgatado durante o incêndio.
Isso porque, no final da tarde de sábado a área de busca de onde o corpo de Ricardo foi tirada foi ampliada, conforme informou o tenente Guilherme Derrite, dos Bombeiros.
"Concentramos os trabalhos junto ao vizinho edifício Caracu na tentativa de localização de outras vítimas", disse.
"Visualmente temos escombros a uma altura de quatro andares. Quatro andares acumulados e de material. Então se a gente fizer uma análise para chegar até o segundo subsolo há uns 18 metros ainda de escombros", disse o tenente Derrite.
Na quinta-feira (3), as duas filhas de Eva, Edivânia da Silveira e Evaneide, buscavam informações sobre a mãe. Eva e o marido moravam no prédio e não foram vistos desde o desabamento.
"Eu penso que ela está aí, porque eu deixei ela aí. Ou então, se alguém tentou salvar ela, fui no hospital e não achei", diz Evaneide.
Investigação
Documentos obtidos pelo Jornal Hoje mostram por que o governo federal e Prefeitura de São Paulo não desocuparam o prédio que desmoronou.
Três relatórios assinados por um engenheiro da Prefeitura de São Paulo diziam que o prédio que desmoronou na última terça-feira (1º) não tinha problemas estruturais. O engenheiro deve ser ouvido na investigação que foi reaberta pelo Ministério Público Estadual depois da tragédia.
O desabamento deixou ao menos um morto e os Bombeiros procuram ao menos cinco pessoas desaparecidas desde terça.
Em novembro de 2016, o engenheiro Álvaro de Godoy Filho relatou que “referente à estrutura da edificação ou sua estabilidade, não verificamos anomalias que impliquem em risco para o prédio”.
Em março de 2017, o relatório traz a mesma informação e ainda destaca que “não havia risco de desabamento”. Oito meses depois, em novembro, o engenheiro repete a mesma conclusão: “”não verificamos anomalias que impliquem em risco de desabamento”.
Antes, em setembro de 2016, técnicos da Prefeitura de São Paulo não conseguiram realizar vistoria porque a entrada não foi permitida sem prévio agendamento com Ananias, homem apontado como coordenador da ocupação, apesar de ele ter negado em depoimento à polícia.