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Cidades
13/07/2014 10:55:57
Cerca de 40 desaparecimentos são registrados por mês, maioria de jovens
Cerca de 10% de casos de desaparecimento de pessoas em Mato Grosso do Sul acabam com desfecho trágico, afirma a investigadora Maria Campos, famosa por criar um setor especializado dentro da Polícia Civil.

CG News/AB

Cerca de 10% de casos de desaparecimento de pessoas em Mato Grosso do \n Sul acabam com desfecho trágico, afirma a investigadora Maria Campos, \n famosa por criar um setor especializado dentro da Polícia Civil. Ela \n destaca que a elucidação dos casos ultrapassa 90%, graças ao trabalho \n integrado das forças de segurança que atuam no Estado.

Mensalmente, cerca de 40 sumiços são registrados. Casos como o do \n empresário Erlon Peterson Bernal, que desapareceu em 1° de abril \n enquanto negociava a venda de um carro, sendo encontrado morto alguns \n dias depois, apesar da grande repercussão, ainda são minoria. “O número \n de pessoas encontradas mortas é muito baixo”, aponta a investigadora.Com\n 18 anos de experiência, ela explica que cada caso tem características e\n motivações específicas, porém, é possível traçar um perfil dos \n envolvidos. Além dos 10% que representam homicídios, 60% dos sumiços são\n propositalmente causados por jovens e adolescentes que querem chamar a \n atenção dos pais, e por isso ‘saem’ por alguns dias, mas acabam \n voltando.O restante pode ser atribuído a adultos que passam por \n problemas diversos como nas finanças ou no casamento, por exemplo, e por\n isso fazem questão de sumir, ou idosos que simplesmente se perdem. \n “Aqui no Estado não existem muitos casos misteriosos. A maioria são \n pessoas que querem chamar a atenção ou acham que vão resolver seus \n problemas se afastando deles, e assim, somem”, comentou.Referência –\n Desde que criado, o setor de desaparecidos da Polícia Civil já auxiliou\n no reencontro de 78 mil pessoas, e por isso, se tornou referência \n nacional. A eficiência é reflexo do trabalho conjunto entre os \n organismos de segurança do Estado. “Há uma profunda integração entre as \n polícias, o que facilita as elucidações”, avalia.Uma pessoa leva \n em média cinco dias para ser encontrada, mas a espera pode ser maior. \n Quando a polícia recebe uma denúncia do tipo, o primeiro passo a ser \n feito é traçar um perfil do individuo, levantando histórico pessoal e \n convívio familiar. Tais informações norteiam as linhas de investigações a\n serem adotadas. “Feito isso, avisamos todas as polícias da região”, \n lembra.Quando o tempo passa e não surgem informações sobre o desaparecimento, o caso é \n transferido para delegacias especializadas em homicídios, como foi a \n morte do empresário Erlon. Todavia, mesmo quando há mudança nas \n investigações, alguns fatos seguem sem solução, assim como o de Ericson \n Cândido da Costa, de 25 anos, visto pela última no dia 22 de maio do ano\n passado.Agilidade – Campos faz questão de \n destacar que, quanto mais rápido for relatado um desaparecimento, mais \n próximo estará o desfecho. Ela reforça que não é preciso esperar 24 \n horas. “Quanto antes, melhor. Por lei, a polícia tem que registrar a \n denúncia logo de imediato. Em 24 horas muita coisa pode acontecer. Uma \n pessoa pode ser levada para fora do Estado, ou até mesmo para outro \n país, principalmente nesta região de fronteira em que vivemos”.