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Cidades
14/07/2014 09:00:00
Com previsão de queda de 12% nos repasses, julho vai ser mais um mês de crise nas prefeituras
A previsão da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) aponta queda de 12% em julho em comparação a junho, mês que já teve queda de 24,9%, totalizando 36,9% em apenas dois meses.

Sheila Forato

Yuri Valeis, Aluizio São José e Francisco Vanderley Mota driblam a queda nos repasses contendo gastos em Sonora, Coxim e Pedro Gomes (Foto: PC de Souza/Arquivo)
O mês de julho deve ser mais um mês de crise nas prefeituras de Mato Grosso do Sul, principalmente nos municípios do norte, região mais pobre do Estado. A previsão da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) aponta queda de 12% em julho em comparação a junho, mês que já teve queda de 24,9%, totalizando 36,9% em apenas dois meses. A crise causada pela queda nos repasses constitucionais, como FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) já é considerada a maior da história. O prefeito de Sonora, Yuri Valeis (PR), explica que a situação se agravou nos meses de junho e julho, forçando os administradores a tomarem medidas de contenção de gastos para manter o equilíbrio financeiro. “Imagine que você ganha X para manter a sua casa e sem avisar o patrão corta 24,9% do seu salário. No mês seguinte, quando você pensa que vai resolver a situação do mês anterior seu patrão corta mais 12% do salário. O que você tem de fazer? Cortar gastos para equilibrar as finanças. No município é a mesma coisa, não tem outra forma”, exemplificou o prefeito. Segundo Yuri, apesar das medidas, sua equipe trabalha para não prejudicar a oferta de serviços públicos. “A situação é preocupante, mas com medidas administrativas vamos conseguir atravessar esse momento de dificuldade”, aposta o prefeito de Sonora. Tão preocupado quanto o prefeito de Sonora está o de Coxim. Aluizio São José (PSB) também teve de tomar medidas para equilibrar receita e despesa. As dificuldades tem sido dribladas com cortes gerais, tanto no custeio da máquina quanto na folha de pagamento. “Todos os dias, praticamente, temos de tomar medidas de contenção de gastos para manter esse equilíbrio diante de tanta instabilidade”, comentou o prefeito. Em Pedro Gomes, um dos menores municípios da região norte, as medidas foram drásticas. O prefeito Francisco Vanderley Mota (PT) teve de fechar a Obras, uma das principais secretarias, além de estar tomando outras medidas, como cortes de vários contratos de prestadores de diversos serviços.