Correio do Estado/AB
As investigações da Operação Coffee Break estão provocando incertezas, insegurança, temor e tortura psicológicas nos nove vereadores acusados de venderem votos para cassar o mandato do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). Diante desse imbróglio, a defesa deixou a cautela de lado para partir ao ataque contra o coordenador-geral do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), promotor de Justiça Marcos Alex Vera.
O clima de tensão aumentou com o advogado Rodrigo Dalpiaz Dias acusando Marcos Alex por agir de “má-fé” com o vereador Carlão (PSB). “Arbitrariedade absurda do promotor”, criticou Dalpiaz ao atacar o pedido do promotor ao desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, para suspender o mandato de Carlão por não passar o aparelho celular com aplicativo Whatsapp.
Além disso, Marcos Alex pediu a proibição de Carlão ter acesso à Câmara Municipal e frequentar o local de trabalho. Ou seja, o vereador teria de ficar longe da sede do Poder Legislativo. O desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, relator do caso, já aceitou pedido semelhante numa decisão polêmica. Ele afastou o vereador Mario Cesar (PMDB) da presidência da Câmara e o proibiu de não se aproximar do prédio.
Na fundamentação do pedido, o promotor de Justiça relatou o descaso de Carlão com as investigações que, no cumprimento do mandado judicial, apresentou o aparelho celular de marca LG, modelo GX200 e não o outro usado para troca de mensagens com “outros investigados”.
O promotor foi duro com Carlão em seu pedido. Segundo ele, “ora, a simples omissão da entrega de aparelho celular de uso pessoal para fins de apreensão, somada a falta de iniciativa posterior voltada a sanar tal omissão, revela, em verdade, firme propósito de ocultar provas e conturbar a conclusão da investigação”.