Correio do Estado/AB
Em dois anos, 15 frigoríficos fecharam as portas em Mato Grosso do Sul. O número pode aumentar entre este ano e o ano que vem. Isso porque, além da forte crise econômica que o país vive, o abate de bovinos está caindo no Estado. Em 2013, foram 4.222 milhões de abates e em 2014 o número era de 3.931 milhões. O secretário adjunto do Sefaz, Jader Julianelli, prevê um patamar ainda menor em 2015. “O cenário adverso refletiu também no setor que está em processo de desaquecimento”, destacou.
O assunto foi tema de audiência pública na manhã desta sexta-feira (10), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. O debate foi motivado pela denúncia de formação de um suposto cartel de conglomerados que estariam monopolizando o setor.
O diretor da empresa JBS em Mato Grosso do Sul, Marcelo Zanata, também argumentou que a situação pela qual passa o setor é reflexo do atual momento econômico. “É um problema que abrange o Brasil. A crise é de conhecimento de todos e também estamos sofrendo com ela. Nossos concorrentes também fecharam as portas porque não encontraram condições de sobreviver”, argumentou.
De acordo com Zanata, a redução do rebanho também tem prejudicado o setor. “Em Mato Grosso do Sul, a JBS está operando com 30% a menos da capacidade. “Das catorze fábricas, fechamos duas", informou.
De acordo com a Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carne do Estado de Mato Grosso do Sul (Assocarnes-MS), a denúncia demonstra um cenário preocupante já que o fechamento resultou em milhares de demissões. “Isso causa uma insegurança jurídica muito grande para os trabalhadores”, lamentou José Goulart Quirino, da área jurídica da Assocarnes.
O deputado estadual Paulo Corrêa (PR), proponente da audiência, sugeriu a realização de um fórum para levantar os reais números de impacto da crise nos pequenos, médios e grandes frigoríficos. O parlamentar enfatizou a necessidade de diálogo entre representantes de todos os lados do setor e a importância da fiscalização por parte do legislativo.