A criação de milícia é parte do plano de fazendeiros de Mato\n Grosso do Sul que planejam uma espécie do que eles chamam de contra-ataque aos índios\n que ocuparam suas terras. É o que informa o jornal Correio do Estado desta\n sexta-feira (8).\n \n Ontem à\n noite, no auditório da Associação dos Criadores de MS (Acrissul), em torno de\n 50 produtores rurais discutiam a promoção de leilões de gado como meio de\n arrecadar dinheiro e, com isso, custear a contratação de empresas de segurança\n para proteger as áreas rurais e também para bancar recursos judiciais.\n \n O\n presidente da Acrissul, Chico Maia, idealizador da proposta do leilão, não quis\n admitir o termo milícia (organizações militares ou paramilitares compostas por\n cidadãos comuns, armados ou com poder de polícia que teoricamente não integram\n as forças armadas) contudo, ao expor o objetivo seu argumento, deixou a\n entender que os fazendeiros, “já desacreditados no Estado e no Poder\n Judiciário” precisam logo de uma mobilização.\n \n “A\n Constituição garante que é direito do cidadão defender seu patrimônio, sua\n vida. Guarda, segurança, custa dinheiro. Para entrarmos numa batalha precisamos\n de recurso. Imagine se precisamos da força de 300 homens, precisamos de recurso\n para mobilização”, disse Chico Maia.\n \n A\n insatisfação dos fazendeiros cujas áreas foram ocupadas por comunidades\n indígenas está relacionada com a promessa do governo federal que, em junho\n passado, quatro meses atrás, prometeu agir nos conflitos agrários. Pelo\n anunciado até agora, a União deve pagar pela propriedade que pode ser\n transformada em aldeias indígenas. Ocorre que os produtores disseram que se até\n o dia 30 deste mês, daqui a 22 dias, o governo federal não cumprir o prometido,\n a classe vai se mobilizar.\n \n \n