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Cidades
31/05/2013 09:00:00
Fazendeiros querem Exército e Força Nacional para enfrentar índios em MS
Fazendeiros querem Exército e Força Nacional para enfrentar índios em MS

CGNews/AB

\n \n O\n presidente da Famasul (Federação Agricultura e Agropecuária de Mato Grosso do\n Sul), Eduardo Riedel, afirmou na tarde de hoje, durante coletiva de imprensa,\n que vai solicitar ao Governo Federal apoio do Exército e da Força Nacional para\n ajudar a apaziguar o conflito entre índios e fazendeiros, na região de\n Sidrolândia.\n \n Riedel\n ressaltou que a situação é tensa na região e que outro conflito é eminente, se\n não houver providências urgentes. A maior preocupação é com os bens das\n propriedades invadidas. “Todo o mangueiro da Buriti (fazenda) já foi queimado.\n Eles (índios) destruíram tudo”.\n \n Em\n material preparado para o encontro com os jornalistas, a entidade volta a\n reproduzir o discurso de perdas na produção e apresenta experiência no Paraná\n para defender a suspensão dos processos de ampliação de aldeias e novas\n demarcações. "A maioria sobrevive com Bolsa Família e cesta básica",\n destaca o relatório.\n \n Segundo\n a Famasul, o Estado tem hoje 62 fazendas invadidas, 10 só em Sidrolândia e 7 e\n Dois Irmãos do Buriti, mas não detalha os nomes das propriedades.nbsp;\n \n Os\n fazendeiros deixaram claro que não estão dispostos a um acordo com os índios.\n Querem a suspensão imediata das demarcações e de ampliações de aldeias em Mato Grosso do Sul. A\n solicitação será repassada como emergencial ao juiz auxiliar da Presidência do\n CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Rodrigo Rigamonte, que está em Campo Grande, nesta\n sexta-feira (31).\n \n Outro\n pedido é pelo aceleramento dos trâmites referente à área Raposa Serra do Sol,\n que teriam reflexos sobre a questão em Mato Grosso do Sul.nbsp;No relatório entregue à\n imprensa, os ruralistas destacam algumas das condições estabelecidas pelo STF\n para a área em Roraima. nbsp;A principal é o "marco temporal", que\n estabelece a Constituição de 88 como ano base para as demarcações e fixa que\n "a ausência da ocupação ou habitação indígena na data supracitadas,\n desclassifica a área como terra indígena". Isso significa que locais onde\n não havia litígio antes dessa data não serão consideradas.\n \n Outro\n ponto que os fazendeiros esperam que seja aplicado aqui é que coloca como\n vedada "a mpliação de terra indígena já demarcada", justamente o que\n ocorre em Aquidauana, onde 500 índios estão acampados na fazenda esperança\n exigindo a ampliação da terra indígena Taunay Ipegue.\n \n Os\n ruralistas ainda cobram a aprovação da PEC que estabelece como competência\n exlusiva do Congresso Nacional para aprovação de demarcação das terras\n indígenas. Todas as solicitações são justamente as mais combatidas pelas\n comunidades indígenas.\n \n Durante\n a coletiva de hoje, o presidente da Famasul, ainda avaliou a situação atual\n como falta de vontade política.nbsp;Segundo ele, as fazendas invadidas têm um\n impacto negativo imediato, com insegurança nos setores de produção e queda no\n valor da terra\n \n A\n vontade política, para Riedel, seria a forma mais simples de solucionar o\n problema das demarcações. “Se o governo Federal entende que se deve ampliar a\n área indígena que ele crie mecanismos para isso. Agora, a expropriação é\n inaceitável. Tudo é uma questão de vontade política”.\n \n Ele\n volta a bater na tecla das indenizações como uma possibilidade para resolver a\n solução. “Não somos contra as indenizações. Se for preciso que se faça isso”. A\n tal saída, no entanto, é uma das mais inviáveis, porque, em caso de reconhecimento\n de território indígena, as terras passariam a ser da União e o governo federal\n não tem comprar o que já pertence à ela.\n \n O\n conflito na região de Sidrolândia começou na manhã de ontem, quando Justiça\n Federal determinou a reintegração de posse da Fazenda Buriti. A ordem foi\n cumprida pela PF (Polícia Federal), com apoio da Cigcoe (Companhia de\n Gerenciamento de Crises e Operações Especiais).\n \n Durante\n o procedimento, o índio Oziel Gabriel morreu com um tiro no abdômen.nbsp;O\n imóvel rural pertence ao ex-deputado Ricardo Bacha.nbsp;\n \n Os\n índios reclamam que as áreas são "retomadas" e não invadidas, porque\n estudos antropológicos já identifcaram as fazendas como territórios indígenas.\n O processo de confirmação está emperrado proconta de recurso dos proprietários\n rurais, o que tem agravado os conflitos nos últimos 20 anos.\n \n A\n primeira invasão na Buriti ocorreu em 2003. Foi preciso 7 anos para o\n reconhecimento como terra indígena. Mas o ex-deputado Ricardo Bacha conseguiu\n em 2012 recurso favorável noTRF e a Funai recorreu.\n \n \n \n \n