Terra/PCS
O Parque das Mangabeiras, na região centro-sul de Belo Horizonte, foi fechado ontem (23) por tempo indeterminado para evitar o risco de contágio de visitantes pela febre amarela. Segundo a prefeitura, a medida foi motivada pelas mortes atípicas de macacos no parque.
O local seria palco de um evento fechado durante o carnaval denominado Carnivalia, entre amanhã (25) e terça-feira (28). Para alguns dias, os ingressos estavam esgotados. A organização já informou um novo local, a Serraria Souza Pinto, no centro da cidade. O evento terá apresentações de blocos carnavalescos e shows de Nando Reis, Paralamas do Sucesso, Karol Conca, Buchecha e Gabriel O Pensador.
Além do Parque das Mangabeiras, foi anunciado também o fechamento do Mirante das Mangabeiras e do Parque da Serra do Curral, que se situam próximos. Na semana passada, também foi interditado pelo mesmo motivo o Parque Jacques Cousteau, no bairro Betânia, na região oeste.
Até o momento, foram encontrados oitos macacos mortos em Belo Horizonte. Ao menos um deles já teve resultado positivo para febre amarela. No entanto, a capital mineira ainda não tem registros de transmissão da doença para humanos. Alguns moradores da cidade chegaram a ser hospitalizados com suspeita de febre amarela, mas todos eles haviam viajado para a região mais afetada. Por esta razão, a hipótese considerada é possível contaminação no interior do estado.
De acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), divulgado na terça-feira (21), o estado contabiliza 1.027 notificações de febre amarela. Destas, 234 foram confirmadas, 57 foram descartadas e as demais continuam sob análise. O número de mortes confirmadas chegou a 83 e outros 173 óbitos ainda são investigados.
A febre amarela afeta macacos e humanos e é causada por um vírus da família Flaviviridae, sendo transmitida em alguns países da América do Sul, América Central e África. No meio rural e silvestre, o vetor é o mosquito Haemagogus. Em área urbana, o contágio pode ocorrer pela picada do Aedes aegypti, o mesmo da dengue, zika e chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942.
A principal medida de combate à doença é a vacinação da população. O imunizante é oferecido gratuitamente nos postos de saúde. A aplicação ocorre em dose única, que deve ser reforçada após dez anos. No caso de crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos 9 meses e um reforço aos 4 anos.