Cidades
18/01/2014 10:10:07
Homem de 72 anos atacado por dois pitbulls diz que
Ainda traumatizado com o ataque, Nathanael relembra as mordidas e a violência com que os cães foram para cima dele.
CG News/AB
Dez dias após ser atacado por dois cães pitbulls na Avenida Mascarenhas de Moraes, o idoso Nathanael Ferreira da Silva, 72 anos, relembra dos momentos de pânico e afirma ter nascido de novo. Segundo dados do CCZ (Centro de Controle de Zoonozes), a Capital registra média de 250 ataques de cães por mês.Ainda traumatizado com o ataque, Nathanael relembra as mordidas e a violência com que os cães foram para cima dele. O aposentado explica que tinha acabado de sair de uma agência bancária onde sacou a aposentadoria do mês, na última quarta-feira (8).Sentado no ponto de ônibus, o idoso esperava o coletivo que o levaria de volta para casa, na Vila Margarida. Além de Nathanael, uma mulher com uma criança também estavam no ponto. Depois de alguns minutos, os dois cães se aproximaram e cheiraram os três.Naquela hora eu achei que os cachorros iam morder a criança e tenho certeza que se pegassem, teriam matado, explica.Para defender o menino, a mãe jogou um saco de pipocas no cão e aí ele avançou. Foi nesse momento que o idoso se levantou e tentou afastar os cachorros. Eles já pularam em mim e um começou a morder minha cabeça. Eu fiquei lutando com o outro dando chutes, para que ele não mordesse o meu pescoço também, relembra.Apesar do ataque, o dia também foi de sorte para Nathanael. Um policial à paisana saía da agência bancária e presenciou o ataque. O militar atirou contra os cães e um deles morreu, o outro foi baleado e levado pelo dono até o veterinário.Outra viatura da Polícia Militar que transferia presos também passou na Avenida no momento do ataque e conseguiu ajudar o idoso. Minha sorte foram os policiais, eu não ia aguentar por muito tempo. Tenho certeza que poderiam ter arrancado pedaços de mim e eu poderia ter morrido, conta, emocionado, o aposentado.Nathanael foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino. Ele sofreu ferimentos na cabeça e nos braços e hoje se recupera bem em casa.O psicológico, no entanto, foi o mais afetado pelo ataque. Nathanael ficou traumatizado e não sai mais de casa sem um pedaço de madeira nas mãos. Todo cachorro que eu vejo, mesmo que seja pequeno, penso estar vindo para cima de mim. Tenho medo e espero que isso passe um dia, completa.Números De acordo com os registros do CCZ (Centro de Controle de Zoonozes), são considerados ataques todas as mordidas ou arranhões que pessoas sofrem por parte dos cães.Outros números que chamam a atenção são ataques envolvendo animais silvestres. Somados aos ataques de cães, o número chega a 300 por mês. O dado leva em conta ataques de cães, gatos e morcegos.Segundo o CCZ, o levantamento é feito com base nos registros de entrada de pacientes na rede municipal de saúde. Toda a vez que uma pessoa vítima de ataque é atendida, o centro de zoonozes é acionado e pode acompanhar o caso.