Sheila Forato
Não se trata de um programa, mas o Hospital Regional Álvaro Fontoura, está abrindo as portas para que estudantes de medicina, geralmente filhos de Coxim, façam estágio supervisionado por médicos. Segundo o diretor-administrativo, Marcelo César de Arruda Ferreira, os estágios acontecem geralmente no período de férias dos estudantes, que passam a conhecer a realidade do hospital de seu município.
O diretor disse que alguns estudantes já passaram pelo HR, a maioria de Coxim, que geralmente trazem um colega de turma para vivenciar a prática da medicina. “Quando somos procurados conversamos com a direção-clínica, que dá o aval para a vinda dos futuros médicos”, explica.
De acordo com Ferreira, os estudantes não fazem atendimento, mas participam ativamente de todos os procedimentos, principalmente no pronto-socorro, onde a demanda é maior. “Eles acompanham o médico de plantão, que vão atendendo e dando aulas aos futuros colegas”, comentou.
Na tarde desta quinta-feira (14), o clínico-geral, Bruno Leal Barbosa, de 33 anos, ganhou o reforço dos estudantes João Pedro de Souza Argerin, de 22 anos, que é morador de Coxim, e do colega Evandro Dante de Oliveira, de 28 anos. Ambos estudam na Unicastelo (Universidade Camilo Castelo Branco), no interior de São Paulo, e já concluíram metade do curso.
Para os futuros médicos, é impossível mensurar os benefícios de vivenciar a prática de um hospital. Durante a visita do Edição MS, os estudantes acompanharam a consulta da aposentada Maximiana Rodrigues da Silva, de 69 anos. Moradora do bairro Santa Maria, ela apresentava um quadro de dores musculares.
Orientado pelo médico, Argerin auscultou os pulmões da paciente, garantindo que órgão estava bem, o que foi confirmado pelo médico. Logo em seguida foi a vez de Oliveira, que fez auscultação cardíaca na idosa, descartando, inicialmente, que as dores na região tinham origem no coração, o que também foi endossado por Barbosa.
O médico, que trabalha com um astral lá em cima, brincou bastante enquanto falava sério, uma forma encontrada pelo profissional de levar conforto a quem chega ao Hospital Regional com um problema de saúde, cuja consequência geralmente é a dor.
Ao falar sobre o estágio dos estudantes, Barbosa lembrou que em sua época de faculdade acompanhou um ortopedista e um neurologista. “As universidades até tentam, mas é aqui, vivenciando o dia-a-dia, que conseguimos colocar a teoria em prática. Para o hospital é bom, mas, para o estudante, é muito melhor”, garantiu o clínico-geral.
Conforme os estudantes, eles passam as férias participando do estágio, com diversos médicos de várias especialidades, o que lhes proporcionam uma bagagem maior e, inclusive, ajudam a decidir a área que pretendem atuar.