Correio do Estado/AB
O descuido da população e a ausência de ações do poder público tendem a agravar um problema sazonal: a ocorrência de epidemia de dengue a partir do próximo mês, quando termina o inverno e tem início a primavera. Os riscos à saúde provocados pela existência de terrenos baldios, transformados em depósitos de lixo, tornam-se mais maiores pela falta de manutenção por parte do município – o último mutirão feito pela prefeitura para retirada de lixos e entulhos foi no início de junho, ou seja, há quase três meses.
As notificações de casos da doença continuam registradas, mesmo no período de inverno – entre 20 de junho e 21 de setembro –, quando teoricamente os índices de infestação do mosquito Aedes aegypti (que também transmite zika vírus e febre chikungunya) diminuem. Mas, desde o dia 13 de maio, o boletim epidemiológico divulgado semanalmente pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) aponta que todos os 79 municípios do Estado estão em risco por conta da doença. Os dados divulgados no dia 17 de agosto mostram que 71 municípios apresentam alta incidência, ou seja, mais de 300 casos por 100 mil habitantes, e os oito restantes estão com média incidência – entre 100 e 300 casos.
O gerente técnico de Entomologia (ciência que estuda os insetos) da SES, Paulo Silva de Almeida, explica que, com a chegada das estações mais quentes do ano, primavera e verão, as condições climáticas ideais para reprodução do vetor podem contribuir para o aumento de casos e uma possível nova epidemia em 2017.