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O MPE (Ministério Público Estadual) cobrou providências da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados) para acabar com a internação de pacientes nos corredores do Hospital da Vida, única unidade de urgência e emergência a atender pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) na região sul do Estado.
Em recomendação publicada hoje (19) no Diário Oficial do MP, o promotor Etéocles Brito Mendonça Dias Junior estipulou prazo de 60 dias para as medidas com o objetivo de solucionar os problemas, que segundo ele foram detectados em 2013 e até agora persistem na unidade, conforme vistoria feita pela Vigilância Sanitária. Desde 2014 o Hospital da Vida é administrado pela prefeitura através da Funsaud.
Limpeza e lençóis – Além de providências para acomodar mais leitos e evitar a presença de macas com pacientes nos corredores, o promotor solicita uma série de adequações e melhorias no hospital, como recuperação de colchões, limpeza “contínua e eficiente” de todo o ambiente hospitalar, principalmente banheiros, acomodação para acompanhante e fornecimento de roupas, lençóis e toalhas de banho e rosto em quantidade proporcional à demanda do hospital.
Outras providências solicitadas são disponibilização integral e ininterrupta de exames básicos e medicação como antibióticos e outros medicamentos, além de material básico como seringas, bolsas coletoras para urina, gaze, luvas, esparadrapos, fio de sutura, máscaras, gorros e solução fisiológica e glicosada.
MPE quer mais leitos – Ao secretário de Saúde Sebastião Nogueira e ao prefeito Murilo Zauith (PSB), o promotor solicita uma solução, em 60 dias, para os pontos considerados mais urgentes e apontados no inquérito civil de 2013, como viabilidade e prazo aproximado de construção de leitos de enfermaria nas dependências do Hospital da Vida, pelo menos para abrigar o quarto leito existente atualmente na enfermaria.
Etéocles Brito Junior cobra também fiscalização das atividades realizadas no Hospital da Vida, “com visitas esporádicas e sem prévio aviso”, e encaminhamento à Promotoria de Justiça de relatório das condições encontradas.
“O problema foi diagnosticado em 29 de outubro de 2013 e nos dias de hoje a situação permanece inalterada. Manter pacientes em macas nos corredores é inadmissível, uma vez que, além de não garantir nenhuma privacidade, dificulta acesso a banheiros, congestiona o fluxo de pessoas e equipamentos, dificulta a localização e identificação do paciente, causa embaraços à higienização do ambiente, desorganização do atendimento e o pior, alto risco de contaminação, infecção hospitalar e acidentes”, afirma o promotor.
A direção da Funsaud informou que só vai se pronunciar após um parecer da assessoria jurídica da instituição.