Assessoria/AB
A mudança no calendário de vacinação anunciada pelo Ministério da Saúde em 2016 vai reduzir o número de doses de imunização. Todavia, a gerente técnica da Secretaria de Saúde do Governo do Estado, Kátia Mongenot, explica que a alteração no calendário de vacinação não vai deixar ninguém desprotegido.
“Estudos demonstram que um número diferente de doses das que vinham sendo aplicadas são suficientes para a imunização. Um exemplo é a vacina contra o HPV que agora será feita em duas doses. Todas essas mudanças anunciadas pelo Ministério da Saúde estão sendo feitas com base em estudos e a população pode ficar tranquila”, explicou.
De acordo com Katia, todas as informações já foram repassadas para as equipes técnicas das prefeituras. Dentre as mudanças estão alteração de doses de reforço para vacinas infantis contra meningite e pneumonia, esquema vacinal da poliomielite e a dispensa da terceira dose da vacina de papiloma vírus humano (HPV).
HPV
Conforme o Ministério da Saúde, um das principias mudanças é na vacina HPV. O esquema vacinal passa para duas doses, sendo que a menina deve receber a segunda seis meses após a primeira, deixando de ser necessária a administração da terceira dose.
Os estudos recentes mostram que o esquema com duas doses apresenta uma resposta de anticorpos em meninas saudáveis de 9 a 14 anos não inferior quando comparada com a resposta imune de mulheres de 15 a 25 anos que receberam três doses. As mulheres vivendo com HIV entre de 9 a 26 anos devem continuar recebendo o esquema de três doses.
Bebês
Para os bebês, a principal diferença será a redução de uma dose na vacina pneumocócica 10 valente para pneumonia, que passará a ser aplicada em duas doses, aos 2 e 4 meses, seguida de reforço preferencialmente aos 12 meses, mas poderá ser tomado até os 4 anos. Essa recomendação também foi tomada em virtude dos estudos mostrarem que o esquema de duas doses mais um reforço tem a mesma efetividade do esquema três doses mais um reforço.
Pólio
O Ministério informa que a terceira dose da vacina contra poliomielite, administrada aos seis meses, deixa de ser oral e passa a ser injetável. A mudança é uma nova etapa para o uso exclusivo da vacina inativada (injetável) na prevenção contra a paralisia infantil, tendo em vista a proximidade da erradicação mundial da doença. No Brasil, o último caso foi em 1989.
A partir de agora, a criança recebe as três primeiras doses do esquema – aos dois, quatro e seis meses de vida – com a vacina inativada poliomielite (VIP), de forma injetável. Já a vacina oral poliomielite (VOP) continua sendo administrada como reforço aos 15 meses, quatro anos e anualmente durante a campanha nacional, para crianças de um a quatro anos.
Meningite
Outra mudança será nas doses da vacina meningocócica C (conjugada), que protege as crianças contra meningite causada pelo meningococo C. O reforço, que anteriormente era aplicado aos 15 meses, passa a ser aplicado aos 12 meses, podendo ser feito até os 4 anos. As primeiras doses da meningocócica continuam sendo realizadas aos 3 e 5 meses.