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Depois da repercussão de uma suposta publicação feita pelo adolescente de 15 anos, pivô do episódio que resultou na prisão de três policiais militares por lesão corporal, o pai do jovem procurou a imprensa e afirmou que o perfil é falso. O homem de 52 anos contou que desde o fato a família está com medo de sair de casa e que nunca quis a prisão dos policiais.
Em entrevista, o estudante de Direito alegou que desde terça-feira (22) o filho não tem acesso ao Facebook, aplicativo em que o rapaz teria postado ‘Prender polícia é nossa meta’. “O perfil não é dele, no dia da agressão quebraram o chip dele e desde então ele não tem mais acesso a internet”, afirma o pai. Ele diz, ainda,que o jovem não vai voltar a mexer no aplicativo tão cedo.
Para a família, a exposição da suposta mensagem prejudica a imagem da família e aumenta a sensação de medo. “Isso coloca a vida dele em risco, a gente não sai de casa mais, estamos com muito medo, não sei como vai ser da vida quando eu precisar voltar ás aulas”, afirma.
“Minha intenção não era que os policiais fossem presos. Era como cidadão contar para as autoridades que meu filho foi agredido por um servidor público”. Na versão de pai e filho foram três horas de agressões e ameaças, nas quais os militares chegaram a engatilhar a arma mais de uma vez em direção ao jovem.
Segundo o pai, depois que o filho foi abordado e agredido, indicou o endereço de casa para a guarnição. Lá, o jovem gritou pelos pais, e foi visto por uma vizinha dentro da viatura. Os militares fugiram e, segundo o homem, ele começou a perseguir o veículo.
Depois de um tempo, diz ter perdido os policiais de vista e voltado para casa. O filho voltou para a residência, sozinho e com várias lesões, segundo contou. Neste momento, o pai entrou em contato com a polícia pelo 190 e foi orientado a ir até a Corregedoria da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul).
O jovem lembrou que passou por exame de corpo de delito no mesmo dia. Diz que ficou horas recebendo socos, chutes e pauladas. O pai alegou ainda para a equipe de reportagem que a policial feminina que foi detida é o ‘terror da molecada’ no bairro e já agrediu outros adolescentes da região.
O estudante chegou a mostrar em mensagem que trocou com um conhecido, onde o amigo também se lembrava da mulher por outras agressões. Agora, a preocupação principal, segundo ele, é a segurança do filho. "Está refém do medo", afirma. Versão dos militares
Para o advogado da policial feminina, Laudo César Pereira, a prisão foi infundada. “Todo o cas, não se sustenta, nenhuma testemunha viu o adolescente sendo apreendido, nem solto. Só quem afirma isso é o pai, a mãe e a madrasta, e ainda assim, ele nem viram o rapaz dentro da viatura.
Na versão apresentada por ele, não houve, em nenhum momento, agressão por parte dos militares. As lesões que ficaram no jovem foram causadas, segundo o advogado, durante uma queda de moto.
Conforme Laudo, em depoimento o menino contou que pulou do veículo durante a perseguição porque o piloto alegou que não queria perder a motocicleta para a polícia. A guarnição continuou seguindo o colega do adolescente, até perdê-lo de vista.
“Eles continuaram a realizar rondas, ainda encontraram um rapaz com uma moto parecida, mas quando viram que não era o mesmo foram liberados, a testemunha ainda indicou o sentido correto, mas como a guarnição não encontrou o suspeito, contínuo as rondas”, narra Laudo.
Ainda de acordo com o advogado, depois da ocorrência, os militares foram até uma oficina, onde ficaram por cerca de 15 minutos, lá nenhum dos funcionários viram o adolescente com os militares. “Eu tive na corregedoria, vi ele lá, acompanhei o depoimento e ele está inclusive com a queimadura da moto na perna, é dessa queda e isso vai devidamente provado no processo”.
“As pessoas que acusam possuem uma vasta ficha criminal contra três policiais condecorados e uma coisa que a gente entende como totalmente ilegal e arbitrária. Não houve agressão, a gente entende também que a prisão foi uma atitude equivocada corregedoria da PMMS”, conclui Laudo.
Ficha criminal
Sobre a acusação de passagem por estupro de vulnerável como menor infrator o pai disse que quando o filho tinha 13 anos,’ ficou’ com uma menina de 12. Segundo ele, o jovem e a adolescente ‘ficaram’, porém a garota não gostou e disse para a mãe que havia sido abusada.
No registro de ocorrência consta que o jovem abordou a menina na escola e disse que se caso ela não tivesse relação com ele, o menor iria chamar outro amigo que tem uma arma. E neste caso ela seria obrigada a ter relação sexual com os dois. Ainda segundo o registro polical, a jovem teve a relação com o adolescente e depois contou à mãe que posteriormente procurou a polícia.
Já sobre o fato de ter passagem por estelionato, o homem de 52 anos contou que não tem nada comprovado, é inocente, está solto e um exemplo é o fato de frequentar normalmente o Fórum e delegacias pelo fato de ser acadêmico de direito.