\n \n Na tentativa de deixar menos burocráticas as viagens para o exterior \n levando animais de estimação, o Ministério da Agricultura, Pecuária e \n Abastecimento começou a emitir na última semana o passaporte para cães e\n gatos. O documento é uma alternativa ao Certificado Veterinário \n Internacional (CVI), que era o único existente anteriormente. Enquanto o\n CVI deve ser solicitado novamente a cada viagem, o passaporte vale por \n toda a vida do animal. Por enquanto, ele só é aceito nos países do \n Mercosul – a Argentina, o Paraguai, Uruguai e a Venezuela -, que têm \n acordo de equivalência com o Brasil. Pode ainda ser usado em viagens \n domésticas, substituindo o atestado de saúde animal.\n \n “A gente já pediu consulta a outros países [fora do Mercosul] para que \n aceitem. O passaporte é válido enquanto o animal estiver vivo, mas o \n proprietário tem que manter sempre em dia as vacinas”, explica Mirela \n Eidt, chefe da área animal do Sistema de Vigilância Agropecuária \n Internacional do Ministério da Agricultura. Mirela esclarece também que o\n governo não cobra taxas para a emissão, cujo prazo é 30 dias úteis após\n a solicitação. No entanto, é obrigatório implantar um microchip no animal detentor do documento.\n \n “[A implantação do chip] pode ser feita em clínica particular à\n escolha do proprietário. É um jeito de ligar o animal ao passaporte, \n como a foto, no nosso caso. A foto não é obrigatória para eles e o microchip\n tem código de barras”, diz. O passaporte é emitido pelas \n superintendências federais agropecuárias nos estados, mas nem todas já \n têm o sistema adequado operando. É preciso entrar em contato para saber as que estão aceitando requisições para o documento. “Para emitir, é necessário ter uma leitora de microchip. A orientação é consultar sobre as unidades habilitadas”, ressalta Mirela Eidt.nbsp;\n \n De acordo com ela, o Ministério da Agricultura ainda não tem um balanço \n de quantos requerimentos foram entregues desde que a emissão do \n passaporte entrou em vigor, no último dia 22.nbsp; Segundo ela, além da \n vantagem de ser um documento vitalício, a ideia é que o passaporte \n confira mais agilidade às viagens com bichos de estimação. O ministério \n acredita, por exemplo, que haverá redução no tempo de liberação em \n embarques, desembarques e conexões, que atualmente é cerca de 40 \n minutos.\n \n Dona da cachorra Tequila e do gato Willy, a mestranda em sociologia \n Bárbara Andrade, 29 anos, mudou-se com eles para Montreal, no Canadá ,em\n 2011. Para ela, que hoje mora na cidade de Quebec, o estresse da viagem\n incomodou mais do que a burocracia de reunir os documentos, já que \n houve atrasos e perda de conexões em razão da necessidade de embarcar e \n desembarcar os animais e apresentar os certificados às autoridades do \n Brasil e Canadá.\n \n “O gato pôde ir com a gente [na cabine] em função do tamanho, mas a \n cachorra não. Não achei a documentação muito complicada de conseguir. Só\n achei problemático conseguir as informações [sobre que documentos \n levar], porque a empresa aérea manda a gente entrar em contato com o \n Ministério da Agricultura, que manda entrar em contado com a embaixada”.\n Na opinião de Bárbara, enquanto fica restrito ao Mercosul, o passaporte\n não é de grande ajuda. “Cada país tem a sua política para receber \n animais. Sei que na Dinamarca, por exemplo, os bichos têm que ficar um \n bom tempo de quarentena”, comenta\n