Cidades
24/11/2012 12:39:37
Prefeitura vai à polícia e pede investigação sobre autor de depredação em ipê da Via Park
No ofício, a Semadur afirma que não é responsável pela poda e que ela também não foi autorizada pela secretaria, podendo causar danos irreparáveis à árvore.
Midiamax/PCS
\n A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) registrou um ofício na tarde desta sexta-feira (23) na Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista) com um e-mail de um cidadão, encaminhado ao gabinete do prefeito Nelson Trad Filho, denunciando a depredação de um ipê na rotatória da Via Park com a avenida Mato Grosso e pedindo providências pela poda feita sem autorização. No ofício, a Semadur afirma que não é responsável pela poda e que ela também não foi autorizada pela secretaria, podendo causar danos irreparáveis à árvore. Rôzeman Geise Rodrigues de Paula, delegada, informou ao Midiamax que já enviou equipes para as ruas para investigar em que dia foi realizada a poda, assim como quem a efetuou. Vamos atrás de câmeras de segurança que possam ter filmado a ação também, alegou. Um proprietário de um comércio próximo a rotatória disse não lembrar de quando a árvore foi podada, mas que hoje uma placa foi colocada no local com os dizeres aquele outdoor me mutilou. Buzinem pela vida!. Redes sociais Várias pessoas postaram fotos da árvore podada no Facebook, mas que a mais tem compartilhamentos é a do perfil de um homem que passou pelo painel no dia 7 de novembro e fez uma foto, mostrando que a árvore tampava a visão do painel e criticou o ponto de instalação da empresa. Nesta quinta-feira (22), ele demonstrou indignação ao ver que a árvore tinha sido podada. Na mensagem com a montagem do painel antes e depois, ele mostra indignação. Vamos aguardar esclarecimentos e ver se esta poda foi autorizada pela prefeitura ou não. A imagem teve mais de 710 compartilhamentos na rede social. O ambientalista Eduardo Romero comentou que esta ação remete à necessidade de compreensão da população sobre as árvores como beleza paisagística e de sua necessidade para o bem-estar da população. Ele avalia que o poder econômico está se sobrepondo à natureza para as exposições de marcas. Cada árvore que a cidade perde resulta em problemas no controle das chuvas e no aumento da temperatura. Não podemos tolerar esse tipo de atitude, pois é uma grande perda para a cidade e para a população. O último senso do IBGE coloca Campo Grande como a cidade que mais arborizada do Brasil. O ambientalista espera que as investigações levem ao autor da poda e que os envolvidos sejam punidos exemplarmente para que não se torne mais um caso como vários que puderam ser observados nos últimos tempos na cidade como envenenamento de espécies nativas e remoções sem punição. Esse tipo de situação está se tornando corriqueira em Campo Grande e nesse caso são dois crimes, uma vez que ela se encontrava numa rotatória, um ambiental e o segundo contra a coisa pública. O proprietário do painel, Jaime Egídio Ferreira Júnior, disse que não é o responsável pela poda. Não fui eu quem mandou podar. Procurei a Semadur e um rapaz me informou que todas elas [árvores] seriam removidas da rotatória. E outra: a poda não ajudou a imagem do meu painel, só prejudicou com toda essa polêmica. Não atrapalhava a visão da publicidade, defendeu-se. O secretário municipal adjunto nega a acusação. Só quem pode falar pela Semadur somos eu e o secretário Marcos Cristaldo. O que fizeram nesta árvore não pode nem ser chamado de poda, cortaram a árvore radicalmente, disse o engenheiro João Alberto Borges dos Santos. \n \n