Assessoria/AB
Rio Negro é uma das poucas cidades de pequeno porte de Mato Grosso do Sul que possuem um hospital tão bem estruturado e equipado. O Hospital Idimaque Paes Ferreira foi instalado em 2002, mantido por uma sociedade beneficente e credenciado ao SUS (Sistema Único de Saúde). Contém 16 leitos, centro cirúrgico, berçário, sala de parto, lavanderia, tudo bem equipado (apesar de alguns aparelhos estarem quebrados) e abrigado em um prédio amplo, moderno e bem conservado.
Entretanto, nada funciona a contento, a população só consegue o atendimento mínimo que os postos de saúde também oferecem, como curativos, soro, e tratamento para casos simples.
O hospital de Rio Negro é vítima de desacertos administrativos que culminaram em ações na Justiça para bloqueio de receitas, desencadeando uma crise que ameaça fechar suas portas a qualquer momento. Amarga dívidas com ex-funcionários e fornecedores, além disso, há 10 anos não consegue sequer pagar as contas de água e luz e o serviço só não é interrompido porque a lei não permite.
Numa tentativa de reverter a situação, a cidade realizou na noite desta quinta-feira (13) uma audiência pública na Câmara Municipal, com a presença do prefeito Gilson Romano, dos vereadores e do deputado estadual Felipe Orro (PDT), entre outras autoridades, como o deputado eleito Beto Pereira.
O presidente da entidade mantenedora do Hospital, Ronan Pinheiro da Silva, fez uma explanação da situação financeira. De janeiro a outubro, todas as receitas (incluindo repasse do SUS e o aporte da Prefeitura) somam R$ 662 mil. Em contrapartida as despesas do período chegam a quase R$ 700 mil. Só com o pagamento dos médicos foram gastos R$ 424 mil. Sobra, portanto, um rombo de R$ 38 mil que vai se somar às dívidas já existentes.
A Prefeitura faz o pagamento dos médicos plantonistas, mas o prefeito Gilson Romano explicou que muitas outras despesas também são abarcadas pelo município. Já o Estado não tem repassado nada para o hospital por culpa da situação de inadimplência. O deputado Felipe Orro se comprometeu a tentar uma solução ainda neste ano junto à Secretaria de Saúde.
“Eu vejo que é preciso somar esforços: o Estado precisa colaborar, a Prefeitura já está ajudando e pode aumentar o repasse, a cidade está mobilizada, esse é o momento”, frisou.
Felipe Orro lembrou sua experiência quando prefeito de Aquidauana. “Nós assumimos a administração do hospital que estava numa situação complicada. Um hospital de 120 leitos. Saneamos as dívidas, consegui recursos do Estado para quitar quatro folhas que estavam atrasadas, ampliamos o atendimento, melhoramos em muito a saúde em Aquidauana. É possível, não digo que seja fácil, mas é possível quando se quer buscar uma solução.”
O deputado se colocou à disposição do prefeito e dos vereadores para mediar uma reunião com a Secretaria de Saúde a fim de apresentar a situação da entidade e pedir ajuda.
Escola
Outra situação que preocupa é a da Escola Estadual Leontino Alves de Oliveira. Fundada em 1.968, a última reforma na escola aconteceu há 12 anos, ainda assim não foi completa. “Só trocaram o piso e pintaram as paredes”, conta a coordenadora pedagógica Giulainne Félix Muniz . A situação atual é preocupante: forro ameaçando ruir, reboco caindo, azulejos e instalações hidráulicas dos banheiros danificados, além da necessidade de substituir o telhado e boa parte do madeiramento.
Mas o que os alunos desejam muito é a instalação de aparelhos de ar condicionado nas salas. O calor é sufocante, as crianças ficam agitadas e os ventiladores de teto só fazem espalhar ar quente pelo ambiente.
A Escola Leontino Alves é a maior da cidade, com mais de 650 alunos distribuídos em 15 salas das séries do Ensino Fundamental e Médio. O clamor por reforma não é recente, porém até o momento não há sequer previsão para as obras acontecerem. O deputado Felipe Orro se comprometeu a procurar a Secretaria de Estado da Educação e pedir urgência na obra.