Correio do Estado/LD
Se depender do Ministério Público Estadual (MPE), o Hospital Evangélico de Dourados, cidade distante 225 quilômetros da Capital, passará por auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS). O motivo da fiscalização é o montante de dívidas que o hospital possui com clínicas terceirizadas, que somam R$ 1 milhão, e uso indevido dos repasses federais.
As dificuldades financeiras do hospital são assunto de investigações do MP desde 2012. Segundo as apurações, a instituição terceiriza parte dos serviços de oncologia e de nefrologia para duas clínicas, o Centro de Tratamento de Câncer e a Dinefro Clínica Renal LTDA.
Na recomendação assinada nesta sexta-feira (1º), o promotor Eteocles Brito Mendonça Dias afirma que os atrasos de repasses do hospital para as clínicas ocorrem há tempos e e praticamente todos os meses.
Além desses atrasos, investigação também revelou que o hospital usa recurso do SUS, que tem como destino investimento na saúde, para quitar dívidas tributárias e trabalhistas. Por mês, seriam R$ 850 mil debitados desse recurso para repasse à Caixa Econômica Federal.
“O que em tese implica em desvio de verbas rubricadas ao custeio dos serviços contratados junto ao Sistema Único de Saúde para finalidade distinta”, afirma o promotor.
Diante das irregularidades, o MPE pede que no prazo de 60 dias o Departamento Nacional de Auditioria do SUS faça auditoria extraordinária nas contas do hospital. Todos os repasses do Governo Federal para o hospital e o uso do dinheiro, nos últimos três anos, deverão ser alvo da auditoria.
O SUS tem prazo de 15 dias para responder ao MPE se irá fazer a auditoria. A reportagem tentou contato com a administração do Hospital Evangélico, mas nenhuma ligação foi atendida até o momento.