Ao\n visitar o aquário de um shopping em São Paulo,nbsp;o jornalista e técnico \n agrícola Pedro Spíndola viu ao final da exposição um tanque com peixes \n da Amazônia e teve uma ideia: por que não espalhar aquários por Campo \n Grande para divulgar as espécies do Pantanal?\n Após pensar sobre o assunto e ver criado o Parque das Nações \n Indígenas, o jornalista propôs ao então governador Pedro Pedrossian a \n instalação de um grande aquário, que seria referência em pesquisa e \n abertonbsp;a visitação. Nascia, em 1994, o conceito do Aquário do Pantanal, o\n maior de água doce do mundo.\n Orgulhoso e dedicado a sua criação, Pedro coleciona artigos e \n pesquisas que serviram de base ao projeto. A obra até foi anunciada pela\n Prefeitura de Campo Grande como uma das grandes realizações para os 100\n anos da cidade, mas não foi para frente.nbsp; \n “Os Correios até lançaram uma coleção de selos do Aquário para \n comemorar a grande obra. Na época, fiz pesquisa de modelos de selos de \n peixes pelo mundo e os guardo até hoje. Tudo que tenho do Aquário está \n catalogado e arquivado”. \n Desde 94 ninguém havia conseguido dinheiro para a obra, até que o \n governador André Puccinelli anunciou que tiraria o projeto do papel. \n Na ocasião, Pedro Spíndola foi anunciado como o criador, mas sequer \n foi convidado ao evento. “Fiquei sabendo dias depois que iriam construir\n o Aquário e que tinham dado crédito a mim”. \n Desde então, o jornalista tenta acompanhar de perto sua ideia, mas \n sem sucesso. “Falei com o assessor do governador, que me colocou em \n contato com o Carlito (Carlos Alberto Said Menezes, secretário de Estado\n de Meio Ambiente, do Planejamento, da Ciência e Tecnologia)”. \n Após marcar uma reunião, o secretário teria dito que viajaria aos \n Estados Unidos e solicitou que Pedro entrasse em contato com o \n secretário adjunto. “Marcamos uma reunião, onde recebi as cópias de \n todos os projetos do Aquário, inclusive as plantas da obra e projeto \n científico para implantação”, relembra Pedro. \n Enquanto criador e especialista em peixes, Pedro foi consultado para \n fazer alterações no projeto. “Até me falaram que como fui eu quem criou,\n poderia ver se estava como eu pensava e me deram carta branca para \n modificações”. \n Depois de realizar todas as alterações, o jornalista entrou em \n contato na secretaria, onde pediram apenas para que ele enviasse o \n material editado. “Não ia entregar assim um material que demorei um \n tempo estudando e fazendo os reajustes corretos. Como não enviei, não \n entraram mais em contato comigo”. \n Neste mesmo período, o técnico caminhava pelo Parque das Nações \n quando pensou em ir visitar as obras do Aquário. “Cheguei na portaria e \n expliquei que eu que tinha criado o projeto, me identifiquei e relatei \n que tinham me convidado para visitar. O responsável fez uma ligação e me\n informou que eu não estava autorizado a entrar”, disse. \n Do anúncio de viabilização do projeto até o momento, o técnico \n agrícola encontrou o governador por três vezes em eventos públicos. “Em \n todos, ele (André) me abraça e diz para quem está perto que eu sou o pai\n do Aquário. Mas do que adianta se não posso fazer parte daquilo que \n criei?”, questiona. \n Pedro disse ter tentado marcar por várias vezes uma conversa com o \n governador, mas nunca é recebido. “Só acho muito triste ver uma ideia \n nascer, crescer, criar forma e eu não fazer parte disso. Meu sonho, \n quando imaginei o Aquário do Pantanal, era fazer parte da captura dos \n peixes e depois ser curador do projeto. Mas hoje vejo que nem entrar lá \n eu posso”, desabafou. \n Ao ser questionado sobre o projeto de criação do Aquário, o \n governador André Puccinelli não nega que a criação é do jornalista. \n “Quem pensou o Aquário foi o Pedro Spíndola. É uma grande ideia dele”, \n limitou-se a comentar.