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Ciência e Saúde
07/02/2014 09:49:17
Uso de anticoncepcional amplia risco de AVC nas mulheres
Levando em conta que as mulheres apresentam fatores de risco específicos para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares – como as variações hormonais, a gestação e a menopausa –, a Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês) criou diretrizes de prevenção de acidente vascular cerebr

G1/LD

\n \n Levando em conta que as mulheres apresentam fatores de risco específicos\n para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares – como as variações \n hormonais, a gestação e a menopausa –, a Associação Americana do Coração\n (AHA, na sigla em inglês) criou diretrizes de prevenção de acidente \n vascular cerebral (AVC) voltadas exclusivamente para elas.\n \n Segundo a AHA, ter diretrizes específicas para as mulheres é importante \n porque elas diferem dos homens em vários aspectos: há diferenças em \n relação à imunidade, à coagulação, aos fatores reprodutivos e aos \n fatores sociais. E todos são capazes interferir nos risco de \n desenvolvimento de um AVC. As novas diretrizes foram publicadas nesta \n sexta-feira (7) na revista científica “Stroke”, da própria AHA.\n \n Também conhecido como derrame de cerebral, o AVC é caracterizado pela \n interrupção do fluxo sanguíneo em parte do cérebro, provocada por \n obstrução de artéria, ou pelo sangramento decorrente do rompimento de \n uma artéria ou vaso sanguíneo cerebral.\n \n Para o cardiologista Marcus Malachias, coordenador da campanha “Eu sou \n 12 por 8” da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a iniciativa de \n propor condutas de prevenção que atendem às peculiaridades da mulher é \n interessante. “As mulheres têm um conceito de que doença no coração é um\n problema do homem. Elas pensam mais em prevenir o câncer do que \n prevenir as doenças cardiovasculares”, diz.\n \n Gravidez
\n Considerando que a pressão alta é, tanto para homens quanto para \n mulheres, o fator de risco modificável mais comum para o AVC, o \n documento dá atenção especial à pré-eclâmpsia, que é a hipertensão \n arterial específica da gravidez, e à eclampsia, que é a forma grave da \n doença.\n \n Segundo as novas diretrizes, para prevenir a pré-eclâmpsia, os médicos \n devem considerar receitar à mulher com histórico de hipertensão doses \n baixas de aspirina ou de suplementação de cálcio. A condição não só \n aumenta o risco de AVC durante a gestação, mas também após o parto: o \n risco aumentado acompanha a mulher ao longo de vários anos. Por isso, \n mulheres que tiveram a doença devem ser acompanhadas de perto pelo resto\n da vida, segundo as diretrizes.\n \n Contracepção
\n O documento também fala sobre os riscos cardiovasculares que podem ser \n desencadeados pelo uso de pílulas anticoncepcionais e determina que, \n antes de iniciar o uso do contraceptivo, ela deva ser avaliada quanto a \n outros fatores de risco como tabagismo, hipertensão e histórico \n familiar.\n \n Para Malachias, esse tipo de rastreamento já é de praxe no Brasil. O \n problema é que muitas mulheres começam a tomar a pílula sem orientação \n médica. “Muitas seguem a orientação de amigas e não são assistidas por \n médicos. O conjunto dos fatores de risco deve ser avaliado.\n \n Quando se trata de fatores de risco, ele não se somam: se multiplicam”, diz.\n \n Depressão e enxaqueca
\n Deve ser levado em conta, de acordo com a AHA, que a depressão se \n apresenta como um fator de risco para doenças cardiovasculares tanto em \n homens quanto em mulheres. Mas, como a incidência da depressão é muito \n maior nas mulheres, seria importante intensificar as medidas preventivas\n nesse grupo de pacientes.\n \n Entre as mulheres, também foi constatado que a enxaqueca com aura – \n quando a crise intensa de dor de cabeça vem precedida de um sintoma \n visual, como o embaçamento ou a presença de pontos escuros ou luminosos –\n determina um aumento do risco de AVC. Por esse motivo, essas pacientes \n devem ser observadas de perto e é altamente recomendável que outros \n fatores de risco como o tabagismo sejam abandonados.\n