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Ciência e Saúde
01/12/2012 10:39:30
Aids: quatro em cada dez jovens dispensam uso de camisinha em relacionamento estável
A pesquisa, que será oficialmente lançada na segunda-feira (5), foi repassada à Agência Brasil para divulgação antecipada hoje (1º), Dia Mundial de Luta Contra a Aids.

Fala MS/PCS

\n \n Quatro\n em cada dez jovens brasileiros acham que não precisam usar camisinha em um relacionamento\n estável. Além disso, três em cada dez ficariam desconfiados da fidelidade do\n parceiro caso ele propusesse sexo seguro. A conclusão é da pesquisa Juventude,\n Comportamento e DST/Aids realizada pela Caixa Seguros com o acompanhamento do\n Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).\n \n O\n estudo ouviu 1.208 jovens com idades entre 18 e 29 anos em 15 estados\n (Rondônia, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco,\n Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato\n Grosso e Goiás) e no Distrito Federal. As mulheres correspondem a 55% da\n amostra e os homens, a 45%.\n \n O\n estudo foi repassado à Agência Brasil para divulgação antecipada hoje (1º), Dia\n Mundial de Luta Contra a Aids. A pesquisa será oficialmente lançada na próxima\n segunda-feira (5).\n \n Ao\n todo, 91% dos jovens entrevistados já tiveram relação sexual; 40% não\n consideram o uso de camisinha um método eficaz na prevenção de doenças\n sexualmente transmissíveis (DSTs) ou gravidez; 36% não usaram preservativo na\n última vez que tiveram relações sexuais; e apenas 9,4% foram a um centro de\n saúde nos últimos 12 meses para obter informações ou tratamento para DSTs.\n \n Os\n dados mostram que falta aos jovens brasileiros o conhecimento de algumas informações\n básicas, já que um em cada cinco acredita ser possível contrair o HIV\n utilizando os mesmos talheres ou copos de outras pessoas e 15% pensam que\n enfermidades como malária, dengue, hanseníase ou tuberculose são tipos de DSTs.\n \n Em\n entrevista à Agência Brasil, o coordenador da pesquisa, Miguel Fontes, destacou\n que o grau de escolaridade dos jovens também influencia na adoção de atitudes e\n práticas responsáveis em relação ao sexo seguro. Outra constatação, segundo\n ele, é que ter pais ou profissionais de saúde como principais fontes de\n informação sobre sexo é um fator determinante para que os jovens adotem\n melhores práticas em relação a DSTs.\n \n “Notamos\n que os jovens menos vulneráveis são aqueles que conversam com os pais sobre\n sexualidade e que têm maior escolaridade. Mas pouquíssimos conversam com os\n pais sobre isso e a maioria não está estudando, repetiu alguns anos na escola.\n Embora eles não percebam, essa vulnerabilidade em relação à aids existe e é\n latente”, disse.\n \n As\n recomendações feitas pelo estudo incluem maiores investimentos em conteúdos de\n qualidade sobre sexo e aids na internet; programas sociais que tenham a\n juventude como público-alvo e que envolvam a família dos participantes;\n estreitar laços com professores que trabalham com jovens, a fim de proporcionar\n algum tipo de formação ou capacitação para tratar temas relacionados a DST e\n aids; e massificar a informação de que existe uma relação direta entre o\n consumo de álcool e o aumento da vulnerabilidade dos jovens em relação ao sexo\n seguro.\n \n “No\n lugar de campanhas massivas na TV e no rádio, precisamos de canais diretos na\n internet. Ela age hoje como um gancho muito forte e é necessário levá-la em\n consideração como uma ferramenta educativa, além de reforçar o papel dos pais,\n fonte de educação mais confiável, e dos profissionais de saúde. Muitas vezes,\n os amigos são a principal fonte de informação do jovem, mas isso não implica em\n um melhor nível de conhecimento”, ressaltou o coordenador do estudo.\n \n Dados\n do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que os\n brasileiros com idade entre 15 e 29 anos representam 40% da população,\n totalizando 50 milhões de jovens. Levantamentos do Ministério da Saúde mostram\n uma tendência de crescimento de novas infecções pelo HIV nessa faixa etária desde\n 2007, chegando a 44,35 registros para cada grupo de 100 mil pessoas.\n \n Atualmente,\n entre 490 mil e 530 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, 135 mil não\n sabem que têm o vírus. A incidência da aids no país, em 2011, chegou a 20,2\n casos para cada 100 mil habitantes. No ano passado, foram registrados 38,8 mil\n novos casos da doença – a maioria nos grandes centros urbanos.