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Ciência e Saúde
31/05/2021 09:21:00
Anticorpos resultantes de Covid leve podem durar "toda a vida"

NM/PCS

Investigadores recolheram amostras de sangue e de medula óssea de doentes com sintomas ligeiros de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, e identificaram células produtoras de imunoglobulinas passados 11 meses após o surgimento da infecção.

Foto: © Shutterstock

Uma equipe de cientistas da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, sugere que indivíduos que sofreram de quadros leves de Covid-19 podem continuar fabricando anticorpos contra o coronavírus SARS-CoV-2 durante toda a vida, reporta um artigo publicado na revista Galileu.

O novo estudo divulgado na revista Nature aponta que episódios repetidos da patologia pandêmica são provavelmente pouco frequentes.

Segundo os investigadores, 11 meses após a infecção com sintomas ligeiros, os pacientes envolvidos na pesquisa ainda detinham células imunológicas capazes de produzir anticorpos.

Ali Ellebedy, co-autor do estudo, explicou num comunicado emitido à imprensa: "é normal que os níveis de anticorpos diminuam após a infecção aguda, mas não chegam a zero; estabilizam-se. Encontramos células produtoras de anticorpos em indivíduos 11 meses após os primeiros sintomas. Essas células viverão e produzirão anticorpos pelo resto da vida das pessoas".

O estudo incluiu amostras de sangue de 77 indivíduos, recolhidos com intervalos de três meses a partir de um mês após a infecção pelo novo coronavírus. Sendo, que a vasta maioria dos voluntários sofreu de quadros ligeiros de Covid-19, embora seis tenham sido hospitalizados.

Também foram analisadas mostras de medula óssea de 18 pessoas, entre sete e oito meses após a doença.

Depois de quatro meses, foram recolhidas novas amostras de cinco participantes.

Conforme destaca a revista Galileu, os níveis de anticorpos no sangue dos participantes com a doença diminuíram nos primeiros meses, estabilizando-se posteriormente. Constatando-se surpreendentemente a presença de células produtoras dessas substâncias em 15 das amostras de medula óssea de indivíduos que padeceram de Covid ligeira.