Ciência e Saúde
06/09/2013 06:49:25
Bactérias favoráveis ao emagrecimento podem ser transmitidas, diz estudo
Acredite se quiser: magreza pega. Pelo menos é o que sugere um novo estudo com camundongos realizado por pesquisadores americanos.
Folha/PCS
\n Acredite se quiser: magreza pega. Pelo menos é o que sugere um novo \n estudo com camundongos realizado por pesquisadores americanos.\n \n \n \n O trabalho, liderado por Jeffrey Gordon, da Escola de Medicina da \n Universidade Washington, nos EUA, é mais um passo importante para \n compreender a intricada relação entre bactérias e obesidade.\n \n \n \n Um estudo chinês, feito no início do ano, já havia confirmado a hipótese de que certas bactérias do gênero Enterobacter, quando alojadas no intestino humano, colaboram com o acúmulo de gordura.\n \n \n \n Agora, o trabalho americano revela o reverso da moeda: micróbios do gênero Bacteroides parecem encorajar o organismo a se manter magro.\n \n \n \n Para descobrir esse efeito, os pesquisadores partiram de voluntárias \n gêmeas (idênticas e fraternas) em que uma delas era obesa e a outra não.\n Com isso, tentavam eliminar ao máximo o efeito genético sobre a \n obesidade.\n \n \n \n A partir das fezes, os cientistas isolaram e cultivaram as bactérias \n presentes na flora intestinal delas. O passo seguinte foi induzir \n camundongos a serem contaminados por elas e dar-lhes a mesma quantidade \n de ração.\n \n \n \n O resultado foi que os roedores com as bactérias das voluntárias magras \n engordaram menos do que os com a flora intestinal das obesas.\n \n \n \n TRANSMISSÃO\n \n \n \n A maior surpresa, contudo, foi quando os pesquisadores colocaram para \n viver juntos os camundongos com as duas variedades bacterianas.\n \n \n \n Como os bichinhos têm o hábito desagradável de comer as fezes uns dos \n outros, as bactérias da magreza acabaram saltando para os animais com a \n flora da obesidade, protegendo-os de engordar.\n \n \n \n Curiosamente, o inverso não aconteceu. As bactérias obesas não \n conseguiram encontrar um ambiente para proliferar entre os camundongos \n com a flora bacteriana dos magros.\n \n \n \n Outro fator importante foi que o efeito de transmissão das bactérias da \n magreza só aconteceu quando os animais foram submetidos à ração ou a uma\n dieta balanceada, rica em fibra e pobre em gordura.\n \n \n \n Quando os pesquisadores simularam uma dieta ocidental típica, com mais \n gordura saturada, a bactéria da magreza não conseguiu saltar para os \n organismos com a flora intestinal da obesidade.\n \n \n \n O trabalho mostra que, por mais que as bactérias tenham influência no \n acúmulo de gordura, o jeito mais simples de controlá-las é pela \n alimentação.\n \n \n \n Ainda assim, o trabalho pode ajudar a desenvolver tratamentos que sejam \n mais efetivos para encorajar a perda de peso sob efeito de uma dieta \n pouco calórica.\n \n \n \n "O estudo é um passo na direção da meta definitiva de desenvolver \n misturas relativamente simples de bactérias para teste como terapia \n antiobesidade", afirmam Alan Walker e Julian Parkhill, pesquisadores do \n Wellcome Trust Sanger Institute, no Reino Unido, que não participaram da\n pesquisa. Eles comentaram o trabalho na mesma edição em que ele foi \n publicado, no periódico "Science".\n \n \n \n