G1/PCS
O Ministério da Saúde quer que todos os municípios brasileiros atinjam a meta de 95% de crianças vacinadas contra a paralisia infantil. O alerta veio após uma criança não vacinada na Venezuela contrair o vírus da poliomielite no início do mês. Toda a América Latina, inclusive o Brasil, recebeu certificado de erradicação da doença em 1994.
Atualmente, a média de cobertura contra a poliomielite está em 77,5% de crianças vacinadas. No entanto, a literatura científica postula que campanhas de vacinação precisam atingir ao menos 95% do público-alvo para que uma doença fique sob controle.
**"A situação requer atenção por parte da vigilância e imunização do Brasil uma vez que há um grande contingente de venezuelanos com livre acesso ao país e se deslocando para diversas UF, em especial as da Região Norte", disse o Ministério da Saúde. **
Hoje, a vacina da poliomielite é administrada em duas fases: na primeira, é dada três doses da vacina inativada (aos dois, aos quatro e aos seis meses). Na segunda fase, crianças recebem a vacina oral contra a paralisia infantil aos 15 meses e aos 4 anos.
O governo brasileiro espera que a meta seja atingida tanto na vacinação de rotina (a vacina contra a poliomielite é oferecida o ano inteiro), quanto nas campanhas em que se faz um esforço adicional para chamar a atenção da população. Neste ano, a campanha contra a poliomielite será feita entre 6 e 24 de agosto.
O alerta do Ministério da Saúde é especialmente importante porque o Brasil já sofreu recentemente a reintrodução de doenças que já estavam eliminadas do território. Esse ano, por exemplo, Roraima teve casos de sarampo importados da Venezuela. O sarampo já havia sido eliminado do país em 2016.
Entidades também reforçaram o alerta do Ministério da Saúde para que a doença não volte ao país.
**"A poliomielite é uma doença grave, que pode levar à morte e causar outros impactos físicos, sociais e emocionais. Não podemos admitir que ela retorne ao país", disse a Sociedade Brasileira de Imunizações. **
A Venezuela vive uma forte crise econômica, que tem abalado o setor de saúde. Em informe sobre o caso na Venezuela, a OPAS detalhou que a criança é residente de uma comunidade indígena no estado de Delta Amacuro, onde prevalecem condições de extrema pobreza.