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Mato Grosso do Sul ocupa a 14ª posição do ranking de unidades da federação com mais registros de mortes de pessoas LGBTQIA em 2022. De acordo com dados divulgados pelo observatório GGB (Grupo Gay da Bahia), que monitora anualmente os registros de violência contra a população, somente no ano passado, oito ocorrências de mortes violentas foram registradas no Estado.
Em números absolutos, o Estado ficou à frente, por exemplo, de Goiás, que tem quase três vezes mais habitantes. Os estados com menor número de óbitos foram Roraima e Rondônia na região Norte, e Rio Grande do Sul e Santa Catarina na região Sul, cada um com dois casos.
Campo Grande, onde quatro dos crimes violentos foram identificados, figura como o décimo município brasileiro com o maior quantitativo de óbitos. Ao todo, 155 cidades do País tiveram casos notificados pelo levantamento, que obtém as informações através da coleta de fatos noticiados pela mídia.
A lastimável posição da Capital chama atenção no ranking, ainda mais se comparada com São Paulo, que possui 13 vezes mais quantidade de habitantes e em 2022 registrou uma morte violenta a mais que Campo Grande. Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que também possuem população consideravelmente maior, registaram cinco mortes cada.
Ao todo, no Brasil, foram 256 LGBTQIA vítimas de morte violenta no ano passado; 242 deles foram homicídios e 14, suicídios. A média de mortes de LGBTQIA é de 0,13 a cada 100 mil habitantes. A título de comparação foi como se uma morte acontecesse a cada 34 horas. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste têm praticamente o dobro dessa média.
Armas de fogo são usadas na maioria dos crimes contra este público, ocupando 29,6% dos registros. Os demais métodos utilizados pelos autores contra a população LGBTQIA são armas brancas (25,7%), asfixia, espancamento, apedrejamento, esquartejamento e até mesmo atropelamento proposital.