VERSÃO DE IMPRESSÃO
Ciência e Saúde
26/02/2021 14:22:00
Compra de 347 mil doses de vacina contra Covid-19 para Campo Grande emperra na certificação

Midiamax/LD

O secretário municipal de saúde de Campo Grande, José Mauro, declarou na manhã desta sexta-feira (26) que a compra de 347 mil doses da vacina para Covid-19 que o município pleiteia junto ao Instituto Butantan esbarra na questão da certificação.

“Uma vez que o município faz a compra direta, quem vai certificar [as doses]? Isso carece de processo de regulamentação federal para proceder a questão da certificação”, disse.

Apesar de o STF (Supremo Tribunal Federal) ter autorizado a compra de vacinas por estados e municípios, e permitido uma certificação à parte, o secretário pontua que, ainda assim, falta uma regulamentação federal.

Atualmente, quando as doses chegam ao país, elas são levadas aos dois laboratórios responsáveis pela certificação, que são o Instituto Butantan – da CoronaVac – e a Fiocruz (da AstraZeneca/Oxford).

Para José Mauro, o problema seria a responsabilidade em garantir a eficácia das vacinas compradas pelo município. “A questão mais complicada é a comprovação [certificação] de que o que estamos comprando funciona. Quem vai responder por efeitos colaterais que podem vir? Hoje é amparado por Fiocruz e Butantan”, explicou.

Outro empecilho é o valor. Campo Grande já iniciou as tratativas, mas antes de fazer a proposta formal, se deparou com um valor 3 vezes superior ao pago pelo governo federal.

347 mil doses para Campo Grande No início do ano, a Prefeitura de Campo Grande propôs a compra de 347 mil doses da vacina Coronavac. A proposta havia sido apresentada ao Instituto Butantan, mas como as vacinas foram reservadas apenas para a compra do Ministério da Saúde, a negociação foi suspensa.

A imunização da população tem sido devagar em Mato Grosso do Sul, devido à quantidade de doses que são encaminhadas pelo Ministério da Saúde. Para o prefeito de Campo Grande, a autorização do STF para que municípios comprem vacinas deve agilizar a campanha.

“O presidente avocou pra si, centralizou, mas não cumpriu o planejamento. O Supremo Tribunal Federal disse: ‘disse o brasileiro não pode ficar a mercê de apenas uma pessoa’. [Por isso], os estados e municípios que tiverem disponibilidade financeira, por que não adquirir e dar imediatamente a vacina aos seus munícipes?”, disse o prefeito, Marquinhos Trad (PSD).